terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Letras da banda Alestorm sobre pirataria

Letras sobre pirataria


Captain Morgan's Revenge (tradução)
>> Alestorm


A vingança do Capitão Morgan
Incontáveis anos atrás enquanto perdido nos mares desertos
Sussurrava-se murmúrios de um motim sangrento
Nós pegamos as armas e matamos os oficiais do palanque
E com espadas desembainhadas fizemos o capitão andar na prancha
E enquanto ele caia nas profundezas
Ele rogou uma maldição mortal
"Tão certo quanto o inferno é meu destino
Todos vocês irão morrer em breve, ou pior"
Agora enquanto estamos diante da forca
Esperando pelo final
Eu direi essas últimas palavras meu amigo
Pela manhã nós seremos enforcados até a morte
Então erga seu quartilho de rum e vire outro gole
A maldição do Capitão Morgan nos levou a esse destino
Então não temam, e não olhem para trás, o após-vida nos aguarda
Nós voltamos ao porto com tristeza em nossos peitos
Uma sombra maléfica nos seguia em cada missão
Nunca sentir alegria novamente era nosso destino
Somente miséria e morte, medo e ódio mortal
Nós quebramos as leis, traímos o código
Agora o tempo está acabando
Uma ofensa imperdoável
Disso não se tem dúvida
Agora enquanto estamos diante da forca
Esperando pelo final
Eu direi essas últimas palavras meu amigo
Pela manhã nós seremos enforcados até a morte
Então erga seu quartilho de rum e vire outro gole
A maldição do Capitão Morgan nos levou a esse destino
Então não temam, e não olhem para trás, o após-vida nos aguarda
Muitos anos se passaram desde então
Ainda que a maldição viva conosco
E agora nós apodrecemos numa negra cela de prisão
Aguardando nosso verdadeiro chamado no inferno
Mas pelas vidas que deixamos para trás
Não derrame uma lágrima, não chore
A única maneira de quebrar essa maldição
É todos nós morrermos
Agora enquanto estamos diante da forca
Esperando pelo final
Eu direi essas últimas palavras meu amigo
Pela manhã nós seremos enforcados até a morte
Então erga seu quartilho de rum e vire outro gole
A maldição do Capitão Morgan nos levou a esse destino
Então não temam, e não olhem para trás, o após-vida nos aguarda



Death Before The Mast (tradução)
>> Alestorm


Morte diante do mastro
Primeira luz reflete do oceano
Toda a tripulação posta em movimento
Outro dia como vários outros que passaram
Vida dura, não tem como ignorar isso
Contemple! Uma lágrima do ninho do corvo
Um barco aparece do sudoeste
Os anos sob o convés que me entediaram
Tudo conduzia para o que estende-se diante de mim
Ouça o terror - Fogo queimando e som dos canhões
Destino aguarda-me - Como os navios que circulam ao redor
Veja o massacre - Sabres oscilando e tiros de pistolas
Sinta a raiva - Violenta através do meu corpo cansado
Uma última batalha - Nessa guerra do marinheiro solitário
Venha encontrar isso - Destino eu não posso ignorar
Eu prendo minha respiração - Fecho meus olhos e pendo para
(A) Morte diante do mastro
Tarde demais para esconder-se ou fugir
Tão perto estamos com menos homens e menos armas
Prepare-se para ir a frente com fúria, liberar o inferno
Cruzar espadas num último adeus
(O) Casco bate, nosso navio foi invadido
Sem perdão ou tato é disposto
Mas agora os homens do Rei aproximam-se
(Eu tenho a) Impressão de que tudo está acabado
Ouça o terror - Fogo queimando e som dos canhões
Destino aguarda-me - Como os navios que circulam ao redor
Veja o massacre - Sabres oscilando e tiros de pistolas
Sinta a raiva - Violenta através do meu corpo cansado
Uma última batalha - Nessa guerra do marinheiro solitário
Venha encontrar isso - Destino eu não posso ignorar
Eu prendo minha respiração - Fecho meus olhos e pendo para
(A) Morte diante do mastro
















Nancy The Tavern Wench (tradução)
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Nancy a prostituta da taverna
Eu conheço uma taverna não muito longe daqui
Onde você pode conseguir alguma cerveja fina (e) poderosa
A companhia é verdadeira e as prostitutas são bonitas
É o melhor lugar da cidade inteira
Se você está procurando companheiros de tripulação, você certamente irá achá-los lá
Cortadores de garganta e criminosos e pior eu deveria arriscar
(A) Velha Nancy não se importa com quem entra em seu restaurante
É um antro de orgia, violência e pecado
Então venha tomar um drinque e afogar suas tristezas
E todos nossos medos irão embora até amanhã
Nós não teremos remorso e vivemos pelo dia
No "Nancy Harbour Cafe"
Se você está querendo ir numa gloriosa missão
Lá há um homem que sabe sobre um velho baú de tesouro
Por alguns pesos e um galão de cerveja
Ele lhe mostrará o mapa e lhe contará sua história
E também há Nancy, a querida prostituta
Ela pode ser velha mas sua beleza não está envelhecendo
(A) Velha Nancy não se importa com quem entra em seu restaurante
É um antro de orgia, violência e pecado
Então venha tomar um drinque e afogar suas tristezas
E todos nossos medos irão embora até amanhã
Nós não teremos remorso e vivemos pelo dia
No "Nancy Harbour Cafe"

Of Treasure (tradução)
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Do tesouro
Uma espantosa maldição - é contada
Por todos os homens do mar - um conto antigo
De desgraça dum pirata - e tragédia do marinheiro
Um mapa foi desenhado - por homens cinzentos
Esquecidos anos atrás - uma caixa de glória
E pecado mortal - que nenhum deveria saber
E eles procuraram e eles procuraram
E eles procuraram e eles procuraram
Pelo velho tesouro esquecido
E essa maldição, e essa maldição,
E essa maldição, e essa maldição
Será para sempre agora contada
Um capitão pirata - de muitos anos
Tinha ouvido esses sussurros horríveis - mas (o) desejo pelo tesouro
E (a) riqueza sem fim - o cegaram
Ele contratou uma tripulação - de homens duros
Para ajudá-lo em sua causa - eles nunca souberam
O perigo desse - pagamento da força maléfica
E eles procuraram e eles procuraram
E eles procuraram e eles procuraram
Pelo velho tesouro esquecido
E essa maldição, e essa maldição,
E essa maldição, e essa maldição
Será para sempre agora contada
Agora noites tempestuosas - quando a lua está cheia
O mensageiro no chamado deles - uma tripulação fantasma
Que saqueia e mata - até todos menos eles caírem
Agora ouça, jovem - lembre-se disso
Quando (os) ventos traiçoeiros soprarem vagarosamente - com receio de que a última sombra chegue
E escreva seu nome - no provérbio desse conto

Over The Seas (tradução)
>> Alestorm


Sob os mares
Muitas luas atrás, numa terra distante
Nós encontramos um velho homem com um gancho no lugar da mão
Ele nos mostrou um mapa que levava a um tesouro não contado
Ele disse, "Eu lhes darei o mapa, se vocês me derem algum ouro"
Por alguns pesos o acordo foi fechado
Ele nos deu o mapa, nossa missão havia começado
Nós reunimos nossa tripulação e nos lançamos nas ondas
E nós sabiamos que seriamos ricos até o final do dia
Agora estamos velejando sob os oceanos e mares
Com um desejo por ouro e o poder do ferro
Sob os mares, nós devemos viajar
Procurando por tesouro, na noite
Sob os mares, nossa missão começou
E nós não pararemos com o pôr do sol
Através de mares perigosos nós chegamos à ilha perdida
E sob a costa nós marchamos por muitas milhas
Até descobrirmos onde o tesouro repousava
Com moedas de ouro e jóias (que) brilhavam dentro
Agora estamos velejando sob os oceanos e mares
Com um desejo por ouro e o poder do ferro
Sob os mares, nós devemos viajar
Procurando por tesouro, na noite
Sob os mares, nossa missão começou
E nós não pararemos com o pôr do sol
Sob os mares, nós devemos viajar
Procurando por tesouro, na noite
Sob os mares, nossa missão foi concluída
E nós estaremos em casa pelo pôr do sol






Set Sail and Conquer (tradução)
>> Alestorm


Velejar e conquistar
Nós começamos a velejar no primeiro raio de luz
Querendo ferro com poder e força
Por incontáveis dias nós cortamos as ondas
A batalha aguarda à frente
Nossa chegada os espantou
Nós erguemos a bandeira negra
E preparamos nosso ataque
Atirem os canhões, precipitem-se para as muralhas
Nós iremos ver essa cidade cair
Não demonstrem piedade na luta
O céu irá queimar com sangue essa noite
Velejar e conquistar - Numa missão às terras distantes
Velejar e conquistar - Destino está em nossas mãos
Para o coração da batalha corra - Os deuses estão ao nosso lado
Nós iremos velejar e conquistar até morrermos
Um reino de sangue e massacre
Nós mostramos aos nossos inimigos nenhuma piedade
Tirando suas vidas e vendo-os morrer
Nós deixamos nossos medos para trás
Somente o tesouro em nossas cabeças
Nessa noite nós promoveremos uma salva
Na morte ou na vitória
Atirem os canhões, precipitem-se para as muralhas
Nós iremos ver essa cidade cair
Não demonstrem piedade na luta
O céu irá queimar com sangue essa noite
Velejar e conquistar - Numa missão às terras distantes
Velejar e conquistar - Destino está em nossas mãos
Para o coração da batalha corra - Os deuses estão ao nosso lado
Nós iremos velejar e conquistar até morrermos

Terror On The High Seas (tradução)
>> Alestorm


Terror em alto-mar
Um barco aborda à estibordo
A vez de lutar chegou, a vez de golpear é agora
Recarreguem os canhões, e afiem suas espadas
Eles irão lamentar o dia que enfrentaram a horda pirata
Quem irá sobreviver ninguém pode dizer
Venha, vamos lhes dar o inferno
Matar em alto-mar
Matar em alto-mar
Um lampejo de raios de luz no céu da meia-noite
Cinqüenta mortos através do convés enquanto os barcos arrastam-se lado a lado
Ergam seus sabres e procurem a luta
Um reino de terror nós devemos levar para nossos inimigos essa noite
Quem irá sobreviver ninguém pode dizer
Venha, vamos lhes dar o inferno!
Matar em alto-mar
Matar em alto-mar
Um reino de terror no mar
Nós deixaremos esses impostores de joelhos
E agora chegou a vez de morrer
Seu destino está próximo








The Huntmaster (tradução)
>> Alestorm


O Caçador Mestre
Num tempo em que os homens sabiam o significado de medo
E os tiranos do inferno governavam a terra e o mar
Vivia um homem que era verdadeiro
Guardião dos segredos que somente ele sabia
Condenado por um crime que não cometeu
Sentenciado a morrer nas profundezas da caverna
Ele jurou que se vingaria
Até o último traidor, suas vidas ele iria terminar
Com o poder da cerveja - Ele não poderia falhar
Velejar para a batalha, glória e metal
Salve! - Caçador Mestre
Corra! - Caçador Mestre
Lute! - Caçador Mestre
Morra! - Caçador Mestre
Das profundezas do inferno ele velejou
Carregando um galão da mais fresca (e) fermentada cerveja
Dilacerando todos aqueles em seu caminho
Aqueles que (com) força impedem sua incumbência dada por Deus
Para devolver a cerveja para as terras da liberdade
Essa é sua missão, esse é seu verdadeiro destino
Lendas deverão falar de seu nome
Salve o Caçador Mestre, com honra e fama
Com o poder da cerveja - Ele não poderia falhar
Vejelar para a batalha, glória e metal
Salve! - Caçador Mestre
Corra! - Caçador Mestre
Lute! - Caçador Mestre
Morra! - Caçador Mestre
Esse é o distintivo de glória do Caçador
Que ele protege fortemente
Caçar com honra, como é sua dívida
E através da besta para os Deuses é verdade








Wenches & Mead (tradução)
>> Alestorm


Prostitutas & Ambrosia
Quando eu voltei duma difícil missão
Eu não precisava dormir ou descansar
Eu fui para uma taverna para um drinque
E fiquei tão bêbado que não podia pensar
Uma prostituta do meu lado e um caneco de ambrosia
Essas são as coisas que mais preciso
Então eu sento e canto essa canção
E bebo e festejo a noite inteira
Ei! Ei!
Eu quero mais prostitutas
Ei! Ei!
Mais prostitutas e ambrosia
Ei! Ei!
Eu quero mais prostitutas
Muitas prostitutas é o que eu preciso
Quando eu voltei duma difícil missão
Eu não precisava dormir ou descansar
Eu fui para uma taverna para um drinque
E fiquei tão bêbado que não podia pensar
Uma prostituta do meu lado e um caneco de ambrosia
Essas são as coisas que mais preciso
Então eu sento e canto essa canção
E bebo e festejo a noite inteira
Ei! Ei!
Eu quero mais prostitutas
Ei! Ei!
Mais prostitutas e ambrosia
Ei! Ei!
Eu quero mais prostitutas
Muitas prostitutas é o que eu preciso

Piratas, corsário e Cultura Brasileira

Meu povo, estou escrevendo um livro, na verdade mais como um hobbie, o tema vai ser a Pirataria entra os anos de 1600-1880, vou postar aqui minha pesquisa sobre o tema, e algumas notas sobre o livro, que incluem lendas do litoral paulista.

Um pirata (do grego πειρατής, derivado de πειράω "tentar, assaltar", pelo latim e italiano pirata) é um marginal que, de forma autônoma ou organizado em grupos, cruza os mares só com o fito de promover saques e pilhagem a navios e a cidades para obter riquezas e poder. O estereótipo mais conhecido do pirata se refere aos Piratas do Caribe e cuja época áurea ocorreu principalmente entre os séculos XVI e XVIII.
Atualmente o termo é utilizado para se referir à cópia não-autorizada e à distribuição ilegal de material sob direito autoral, especialmente música, imagem, vestuário e software (warez), numa tentativa da indústria de associar indivíduos que realizam cópias não-autorizadas (obtendo lucro ou não) aos saqueadores de navios da idade moderna.


História da pirataria


Representação de um pirata cavando à procura de um tesouro.
O primeiro a usar o termo pirata para descrever aqueles que pilhavam os navios e cidades costeiras foi Homero, na Grécia antiga, na sua Odisseia. Os piratas são aqueles que pilham no mar por conta própria, embora hoje em dia este termo já seja aplicado a qualquer pessoa que viola alguma coisa (como por exemplo os piratas do ar ou os piratas informáticos).
Eles navegavam nas rotas comerciais com o objetivo de apoderarem-se das riquezas alheias, que pertencessem a mercadores, navios do estado ou povoações e mesmo cidades costeiras, capturando tudo o que tivesse valor (desde metais e pedras preciosas a bens) e fazendo reféns, para extorquir resgates. Normalmente esses reféns eram as pessoas mais importantes e ricas para que, assim, o pedido de resgate pudesse ser mais elevado.
Primeiramente a pirataria marítima foi praticada por gregos que roubavam mercadores fenícios e assírios desde pelo menos 735 a.C. A pirataria continuou a causar problemas, atingindo proporções alarmantes no século I d.C., quando uma frota de mil navios pirata atacou e destruiu uma frota romana e pilhou aldeias no sul da Turquia. São considerados uns dos precursores dos conhecimentos de navegação marítima.
Na Idade Média, a pirataria passou a ser praticada pelos normandos (que atuavam principalmente nas ilhas britânicas, França e império germânico, embora chegassem mesmo ao Mediterrâneo e ao mar Morto), pelos Muçulmanos (Mediterrâneo) e piratas locais.
Mais tarde esta difundiu-se pelas colônias europeias, nomeadamente nas Caraíbas, onde os piratas existiam em grande quantidade, procurando uma boa presa que levasse riquezas das colónias americanas para a Europa, atingindo a sua época áurea no século XVIII.

Do fim do século XVI até o século XVIII, o Mar do Caribe era um terreno de caça para piratas que atacavam primeiramente os navios espanhóis, mas posteriormente aqueles de todas as nações com colônias e postos avançados de comércio na área. Os grandes tesouros de ouro e prata que a Espanha começou a enviar do Novo Mundo para a Europa logo chamaram atenção destes piratas. Muito deles eram oficialmente sancionados por nações em guerra com a Espanha, mas diante de uma lenta comunicação e da falta de um patrulhamento internacional eficaz, a linha entre a pirataria oficial e a criminosa era indefinida.
As tripulações de piratas eram formadas por todos os tipos de pessoas, mas a maioria deles era de homens do mar que desejavam obter riquezas e liberdades reais. Muitos eram escravos fugitivos ou servos sem rumo. As tripulações eram normalmente muito democráticas. O capitão era eleito por ela e podia ser removido a qualquer momento.
Eles preferiam navios pequenos e rápidos, que pudessem lutar ou fugir de acordo com a ocasião. Preferiam o método de ataque que consistia em embarcar e realizar o ataque corpo a corpo. Saqueavam navios de mercadores levemente armados, mas ocasionalmente atacavam uma cidade ou um navio de guerra, caso o risco valesse a pena. Normalmente, não tinham qualquer tipo de disciplina, bebiam muito e sempre terminavam mortos no mar ou enforcados, depois de uma carreira curta, mas transgressora.
No auge, os piratas controlavam cidades insulares que eram paraísos para recrutar tripulações, vender mercadorias capturadas, consertar navios e gastar o que saqueavam. Várias nações faziam vista grossa à pirataria, desde que seus próprios navios não fossem atacados. Quando a colonização do Caribe tornou-se mais efetiva e a região se tornou economicamente mais importante, os piratas gradualmente desapareceram, após terem sido caçados por navios de guerra e suas bases terem sido tomadas.
Desde aí a pirataria vem perdendo importância, embora em 1920 ainda tivesse a sua importância nos mares da China.
Atualmente, a pirataria revela-se mais incidente no Sudeste Asiático e ainda no Caribe, sendo os locais de ataque espaços entre as ilhas, onde os piratas atacam de surpresa com lanchas muito rápidas.
Portugal e a pirataria
O corso português tornou-se comum no século XIV, altura em que D. Dinis contratou Manuel Pessanha, ficava com um quinto da riqueza dos barcos e com os navios e as armas destes. A partir de 1443 os corsos portugueses passaram o tributo, tal como pagavam a D. Dinis, de um quinto das pilhagens efectuadas ao Conde D. Henrique. Um dos principais objectivos dos portugueses era dominar o estreito de Gibraltar de modo a combater parte da pirataria e do corso sarraceno, assim como com o domínio deste espaço este se tornaria num importante entreposto comercial. O corso português destacou-se principalmente contra o reino de Granada, no sul de Espanha, enfraquecendo assim o domínio deste reino muçulmano na Europa.
Em 1446 reuniram-se as cortes em Lisboa, onde os mercadores algarvios, representados pelos armadores de Tavira queixaram-se das perseguições e pilhagens dos compatriotas armados lhes faziam a eles e aos aliados cristãos (castelhanos, galícios, aragoneses, entre outros), fazendo assim com que o Algarve perdesse a sua importância como ponto de cabotagem. Entre os corsos portugueses desta época destacaram-se Gonçalo Pacheco, Mafaldo, Lançarote etc.
Em 1498 o Reno de Portugal enviou Duarte Pacheco Pereira em uma expedição para saber se as 370 léguas das ilhas de Cabo Verde realmente existiam.Essa expedição é considerada um acto de pirataria e espionagem no Atlantico.
Portugal no Oriente
Quando chegou a Calecute, Vasco da Gama atacou três embarcações e fez diversos reféns, provocando assim a autoridade de Calecute. Calecute respondeu e perseguiu os navios portugueses, contudo Vasco da Gama fez uma acção de represálias, e ao se cruzar com a primeira esquadra atacou-a. Antes de regressar, a frota portuguesa foi atacada por um importante corsário e pirata, Timoja, que foi repelido de imediato, e mais tarde veio a prestar grandes serviços aos portugueses. Para além destes violentos acontecimentos, os navegadores portugueses praticariam outros violentos e cruéis actos de corso no Oriente.
Para oriente da costa do Coromandel, nomeadamente no Golfo de Bengala e no mar da China, onde o território marítimo era mais difícil de controlar, existiram vários piratas, que eram principalmente portugueses. Estes fora da lei eram foragidos, desertores e renegados. No Golfo de Bengala, em Dianga, existia uma comunidade corsária instalada em 1540, que era principalmente constituída por portugueses. Entretanto o governador de Goa começou-se a sentir ameaçado por esta comunidade, e então fez-lhes um ataque onde matou seiscentos e expulsou os restantes, no entanto só veio a ser definitivamente exterminada em 1666. Além desta comunidade, ainda actuavam no extremo oriente corsos-mercadores portugueses, de onde se destacou António de Faria, mas também existiam salteadores nativos. Sabe-se que existiram muitos mais aventureiros do género na zona, no entanto não existiam narradores para testemunhar as histórias, sendo o principal narrador Fernão Mendes Pinto.
O corso francês e suas implicações
De início, os países ibéricos fizeram frente ao corso europeu porque tinham espiões espalhados pela Europa. Já no século XVI a França era coordenadora de actividades corsárias e piráticas, que eram o reflexo da tentativa de estabelecer um comércio ultramarino, na altura em que a França se tentava instalar no Novo Mundo. Quando a França começou a explorar os oceanos já tinha praticamente de um século de atraso em relação aos países ibéricos, este atraso ficou-se a dever à infracção da ordem jurídico-política da época, nomeadamente do Mare Clausum, uma bula em que a exploração do oceano atlântico estava restringida aos estados ibéricos.
Em 1503 um navio francês de grande tonelagem, o Espoir partiu com o objectivo de chegar à Índia pelo oceano, ajudado pelos portugueses Sebastião Moura e Diogo Coutinho, bons conhecedores das rotas atlânticas e índicas. Contudo, apanhado por uma tempestade, o navio ficou impossibilitado de avançar e os aventureiros foram ter à costa brasileira, de onde levaram várias mercadorias exóticas. Teve sorte em não encontrar qualquer barco português, mas ao chegar, foi atacado por piratas, que lhe roubaram a mercadoria e fundearam o navio, e além deste infortúnio ainda foram punidos por violarem o Mare Nostrum.
Vinte anos mais tarde foi Verrazano a tentar, que falhou na primeira tentativa, e na segunda chegou à América do Norte, contudo, apesar de tanto fracasso o piloto genovês acabou por conseguir atrair capitais de áreas geográficas distintas mais uma vez, tal como das duas anteriores. Desta vez dois dos quatro barcos regressaram após uma tempestade, um naufragou e o outro continuou até Samatra e no regresso naufragou. Os dois que regressaram fizeram escala no Brasil de onde levaram mercadorias. Após a motivação pelos lucros de Vezarrano, muitos outros armadores franceses aventuraram-se para chegar às terras asiáticas, e outros para o Brasil. Em 1528 chega finalmente um navio francês ao porto de Diu, onde é capturado, causando grande consternação no governador de Samatra.
Na segunda metade do século XVI, os huguenotes, agora aliados com os cristãos franceses, lançaram sucessivos ataques à navegação ibérica, e devido ao motivo destes serem protestantes, cada vez que se encontravam com embarcações católicas tornavam-se em assassinos sanguinários. Estes actos de violência são visíveis no episódio em que estes se encontraram com a nau Santiago, em que assassinaram brutalmente a sua tripulação de missionários jesuítas, e a situação repetiu-se, mais vezes. Após estes ataques, os reis católicos tomaram medidas para combater estes piratas e corsos, reforçando a guarda da costa portuguesa e brasileira. Alguns dos corsos franceses capturados da costa brasileira, eram entregues aos indígenas, que por sua vez os comiam (antropofagia).

O saque do Funchal

No dia 3 de Outubro de 1566, uma expedição de Jean Monluc desembarcou perto do Funchal oitocentos a novecentos arcabuzeiros. Como a cidade não estava bem defendida devido à falta de armas e soldados, a ocupação desta foi fácil, tanto mais que um dos pilotos era português e conhecia bem o terreno, vindo a ser mais tarde enforcado em Lisboa por traição. Apesar da fraca defesa, Monluc foi ferido e morreu ao fim de três dias. Após dezasseis dias de permanência os piratas abandonaram o Funchal após vários actos de vandalismo, entre os quais contam-se duzentos moradores mortos, as moradias destruídas e pilhadas, destruíram os engenhos e plantações de açúcar e atearam incêndios e cometeram sacrilégios nas igrejas. Os reforços de Lisboa só chegaram ao fim de dezoito dias, já os piratas haviam partido. Os oito navios da frota francesa mais os dois que se encontravam presos no porto do Funchal partiram carregados de móveis, panos, jóias e trezentos escravos rumo às Canárias, onde se livraram da mercadoria roubada. O verdadeiro objectivo desta expedição nunca chegou a ser bem esclarecido.


Os ataques franceses no Antigo Regime

Por um período de cinco anos, desde 1706 os armadores maluínos tomaram como primeiro alvo os comboios do ouro do Brasil, mas agora, em vez dos habituais navio de tonelagem baixa (de 20 a 120 toneladas), ou do corso médio (fragatas de cento e cinquenta a trezentas toneladas) que actuavam isoladamente nas águas do Canal da Mancha ou da costa da Irlanda, passou-se a um novo tipo de corso, o grande corso. O grande corso requeria esquadras com um mínimo de quatro a cinco navios, com capacidade para combater a escolta das dos comboios. Ao primeiro ataque do género foi em 1706, contra a frota portuguesa de 150 naus e seis vasos de guerra fortemente artilhados, segundo J. S. da Silva e era a mais imponente e rica que entrara em Lisboa, quando vinte naus e um dos vasos de guerra se separaram dos restantes. Os corsos não se conseguiram apoderar na primeira tentativa, onde a aproximação foi feita com um pavilhão da Inglaterra (potencial aliada de Portugal), mas seguiram uma nau que ficara destruída na retaguarda e ficou para trás, mas quando René Duguay-Trouin a ia para tomar esta afundou-se com todo o tesouro. Mais tarde, Trouin foi chamado a Versalhes por Luís XIV, onde lhe foi concedida uma frota de dez navios com quatrocentos e sessenta canhões, mas desta vez o ataque foi planeado para os Açores. Mas como após três meses o comboio tardava a aparecer e a água escasseava, Trouin decidiu atacar os navios que iriam fazer a escolta das ilhas até Lisboa. Decidiram atacar a ilha de S. Jorge, depois de desembarcados os setecentos homens e pilhados os armazéns de vinho e trigo, abateu-se uma grande tempestade sobre o arquipélago e estes foram obrigado a regressar, revelando-se assim esta expedição onde se gastara trezentas mil a quatrocentas mil libras um verdadeiro fracasso. Não contente com o fracasso da expedição, atacou alguns navios ingleses e a frota da Virgínia.


O corso holandês e suas implicações


Os neerlandeses fizeram várias incursões para conquistar o Brasil. Dado que os neerlandeses não conseguiram nenhuma autorização para praticarem o comércio no território brasileiro, tiveram de optar pela invasão do território, nomeadamente através do corso, tentando conquistar este.
Mesmo durante as Tréguas dos Doze Anos os ataques corsos às embarcações portuguesas não cessou, assim como as acções piráticas. Em 1616 os neerlandeses apoderaram-se de vinte e oito navios à carreira do Brasil, e nos anos após o termo da paz, como é óbvio estes números ainda aumentaram mais, como por exemplo que 1623 em que chegou aos oitenta e quatro. Apesar de todos estes ataques, os neerlandeses não ficaram satisfeitos, e a Companhia das Índias Ocidentais em colaboração com os Estados Gerais resolveram implantar uma colónia no Brasil, o que vieram a conseguir mais tarde com a conquista da Baía de Todos os Santos (Bahia).
Em 1644, após a restauração, Portugal deu início à recuperação de parte do seu território no Brasil. Após a recuperação do Brasil, D. João IV deu início às carreiras em comboio, tal como a Espanha fizera no caso da América Central com a Carreira das Índias Ocidentais. Navegar em comboio consistia em sempre que as embarcações, utilizando o exemplo português, partiam do Brasil eram escoltadas por navios de guerra até Portugal, combatendo assim a acção do corso. Para terminar com o corso holandês, Portugal invadiu a Baía de Todos os Santos (Bahia), conquistando-a, e mais tarde Olinda, no Recife, e mais tarde com a reconquista de Angola e São Tomé.
Em 1649 foi fundada a Companhia Geral do Comércio do Brasil, que proporcionou condições para melhorar o tráfico marítimo entre Portugal e o Brasil. Uma das inovações da companhia era a existência de dói comboios por ano escoltados por dezoito navios de guerra, cada um com vinte a tinta pesos e para melhorar a defesa em caso de ataque os navios não deviam transportar carga em excesso, sendo assim suspensa a interdição de navegação para o Brasil de navios com menos de dezasseis pesos. Também apareceu o interesse de diminuir o risco de o comboio se encontrar com o inimigo tanto quanto possível, assim, sempre que a viagem fosse antes de 20 de Agosto era feita pelo norte dos Açores até ao paralelo de 42N e depois rumar ao Porto ou a Viana do Castelo, e caso fosse posteriormente deveria passar entre as ilhas da Madeira e Santa Maria em direcção a Setúbal. Foram feitas coordenações para os navios comunicarem entre si através de sinais sonoros e visuais. A capitania deveria ser a primeira do comboio e a almiranta a última. É feito o controlo do uso do fogo a bordo, para reduzir o risco de incêndio. Graças a todas estas complexas medidas, a perda de navios vindos do Brasil diminuiu bastante, o que em parte também se deveu à desagregação e perda de territórios por parte da Holanda no ocidente e o conflito entre a Holanda e a Inglaterra.

Ataque ao 5º Conde da Ericeira

D. Luís Carlos Inácio Xavier de Meneses, 5º conde da Ericeira e ex-vice-rei da Índia, após um furacão em sua viagem de regresso do Oriente a Portugal, aportou em Saint-Denis para reparar os estragos. Nos porões de sua embarcação, a nau Nossa Senhora do Cabo, era transportada uma rica colecção de manuscritos orientais, livros, moedas e armas, assim como uma grande quantidade de diamantes do rei, estimada entre três a quatro milhões de libras. Enquanto estava no porto, foi atacado por dois navios que, com pavilhões ingleses, lá entraram e quando se encontravam a par do navio do Conde trocaram-nos por pavilhões piratas e abriram fogo. O conde foi feito refém, sendo obrigado a pagar um resgate de duas mil piastras pela sua liberdade.
A partir de La Buse nasceu o mito da caça a este tesouro, uma vez que, ao ser condenado, La Buse deixou um criptograma na altura da sua morte na forca, com a indicação do local onde teria enterrado o tesouro outrora roubado ao conde da Ericeira. Em 1934 um historiador francês (Charles de la Roncière) admitiu que o tão cobiçado tesouro se poderia encontrar no arquipélago das Seychelles, onde foi encontrado um dos pontos de referência: gravuras rupestres.


Código de Conduta

As regras de cada capitão eram estabelecidas para cada um dos membros da tripulação. Aqui existia alguma incerteza acerca do comportamento aceitável entre os piratas num navio pirata normal. Quando as regras eram quebradas, a tripulação punia várias vezes sem dó nem piedade o infractor. Ainda assim, em alguns casos em que o pirata em questão desempenhava bem a sua função podia ser absolvido.
Exemplo de um código de conduta
• Todos os homens devem obedecer ao código civil; o capitão tem direito a uma parte e meia de todos os prêmios; o subcapitão, o carpinteiro, o mestre e o homem de armas têm direito a parte e um quarto
• Se alguém tentar fugir, ou guardar algum segredo do resto da tripulação, ele deve ser abandonado numa ilha deserta com uma garrafa de pólvora, uma garrafa de água (o suficiente para sobreviver dois ou três dias), uma pequena arma e munições
• Se alguém roubar alguma coisa, ou jogar, no valor de uma pesos, ele deve ser abandonado numa ilha deserta com uma pistola contendo uma única bala.
• Se alguma vez nós nos tivermos de encontrar com outro pirata e esse homem seguir o seu código sem o consentimento do nosso capitão e da nossa tripulação, deve sofrer a punição como o capitão e a tripulação quiserem
• O homem que desrespeitar estes artigos enquanto este código estiver em vigor, deve ser punido com a lei de Moisés (40 chicotadas sem faltar nenhuma) nas costas despidas
• O homem que abocanhar as suas armas ou fumar tabaco no porão, sem uma tampa no cachimbo, ou carregar uma vela acesa sem lanterna deve ter a mesma punição que o artigo anterior
• O homem que não mantiver as suas armas prontas para o combate, que ficar noivo, ou se esquecer da sua função, deve sofrer qualquer punição que o capitão e a tripulação quiserem
• Se um homem perder o seu casamento deve ganhar 400 pesos, se um membro 800
• Se alguma vez te encontrares com uma mulher prudente, que esse homem se ofereça a intrometer-se com ela, sem o consentimento dela, deve sofrer morte certa
• O homem que fica para trás é deixado para trás.


Artigos piratas

Os artigos piratas eram o seu regulamento. Os capitães piratas tinham de seguir este regulamento à risca, pois a sua tripulação poderia revoltar-se contra o seu capitão, por exemplo, deixando-o numa ilha deserta, só com uma bala e pouco mais (tal como aconteceu no filme Piratas do Caríbe 1, em que Jack Sparrow foi deixado numa pequena ilha deserta).
Observações: Estes artigos foram escritos por Bartholomew Roberts. Os capitães piratas respeitavam este Código. Mas, você também poderá encontrar estes artigos noutras fontes, numa ordem diferente.

I
Todos os homens têm voto nos assuntos do momento e têm igual direito a provisões frescas ou a licores fortes, a qualquer momento desejado e podem usá-los a seu bel-prazer, a não ser que escassez torne necessário, para o bem de todos, votar o racionamento.
II
Todos os homens só têm de ser chamados no seu turno, seguindo a lista, pois eles podem, nos seus turnos, descansar e fazer algo livremente, mas se eles defraudarem a Companhia no valor de um dólar no prato, jóias ou dinheiro, têm o castigo de serem abandonados numa ilha deserta. Se o roubo ocorrer apenas para com qualquer outro marinheiro da tripulação, eles contentam-se cortando as orelhas e o nariz ao culpado, e deixando-o numa costa inabitada, não num sítio qualquer, mas num sítio onde navios o possam encontrar.
III
Nenhuma pessoa pode jogar às cartas ou aos dados por dinheiro.
IV
As luzes e as velas têm de ser apagadas às oito horas da noite. Se alguém da tripulação, depois dessa hora querer continuar a beber, terá de o fazer no convés.

V
Têm de manter as suas peças, pistolas, e restantes armas limpas e prontas para batalhar.
VI
Nenhum rapaz ou mulher é permitido(a) estar entre homens. Se algum homem for encontrado a seduzir ou a fazer sexo, e levá-la até ao mar, disfarçando, ele sofrerá ate morte.
VII
Quem abandonar o seu navio ou o posto de combate, deverá ser castigado com a morte ou ser abandonado numa ilha deserta.
VIII
A lei de parley so usa-se por capitaes em situacao de risco, as disputas de todos os homens devem ser terminadas em terra com os alfange.
IX
Nenhum homem pode falar em desistir da vida de pirata, sem antes ter partilhado 1.000 libras (£1.000 ou 1.000 libras, é o equivalente a cerca de 1.473€). Se para isso, algum homem tiver de perder um membro, ou tornar-se incapacitado para o seu serviço, ele teria de ter 800 dólares (cerca de 628,61€), fora do armazenamento público, e por ferimentos, proporcionalmente.
X
O capitão e o contramestre têm de receber dois quinhões do saque. O imediato, o mestre, o oficial e o homem de armas, um quinhão e meio, e outros oficiais, um quinhão e um quarto.
XI
Os músicos podem descansar no dia religioso de Sabbath (Sábado entre os judeus, Domingo entre os cristãos), apenas à noite, mas nos outros seis dias e noites, não poderão descansar sem um favor especial.


Recompensas da Pirataria

Os piratas eram hábeis a recolher bens e riquezas espantosas nas suas incursões no oceano. As principais riquezas obtidas pelos piratas eram metais preciosos (ouro e prata), dinheiro, jóias e pedras preciosas. Mas a maioria pilhagens era feita aos mercadores, de quem roubavam linhos, roupas, comida, âncoras, cordas e medicamentos. A carga pilhada aos mercadores incluía artigos raros, tais como especiarias, açúcar, índigo e quinina.
Os tipos de bens pilhados variavam consoante os navios encontrados, assim, alguns piratas eram muito selectivos nos navios que atacavam, tendo a certeza de que o saque iria cobrir os riscos da batalha, logo também era importante escolher uma boa área para bater. Uma dessas áreas era o Spanish Main , como já foi referido anteriormente. Como se sabe, o tesouro espanhol ia frequentemente para Portobello para carregar os tesouros do Peru, que era duas vezes o rendimento do rei de Inglaterra, e muitas vezes incluía 25 milhões de pesos sob a forma de lingotes de prata e moedas.
Cada tripulante do navio recebia uma só parte do butim, com exceção ao capitão, que recebia uma parte e meia.
Escolher o navio certo e a carga certa para pilhar era um dever essencial de todos os capitães pirata, desejando assim que não houvesse motins. Contudo, um ataque falhado a um navio prometedor poderia também ter resultado num grande êxito, visto que a maioria da tripulação navegava para partilhar os bens roubados.
Outra preocupação era o verdadeiro método para dividir os tesouros pilhados. No código de conduta pirata, estava declarado como a pilhagens não eram divididas de igual forma. Por exemplo, algumas moedas, tais como pesos, eram cortadas para uma partilha mais exacta. Contudo, as jóias não eram fáceis de dividir. As provas deste processo de partilha são as marcas de facas marcadas em alguns tesouros pirata, expostos em museus por todo o mundo.
A idéia dos tesouros enterrados é um mito, que está maioritariamente em livros com histórias de piratas. O pirata com o qual começou este mito foi o Capitão Kidd. Contudo, é possível que alguns piratas tenham escondido os seus tesouros deste modo, grande parte do dinheiro foi gasto a procurá-lo, mas sem sucesso. A maior parte dos piratas eram extremamente gastadores e raramente acumulavam dinheiro suficiente para o enterrar ou esconder. Visto o perigo que estes viviam constantemente, estavam mais determinados em gastá-lo imediatamente que em guardá-lo para o futuro.
Indenização por Mutilações
Pode-se dizer que a vida dos piratas era muito difícil, podendo estes muito provavelmente sofrer danos muito graves ou mesmo morrer. Além da morte, o maior medo de um pirata era vir a ser incapacitado.
Quando perdiam um membro, os piratas eram recompensados pela sua perda, e eram recompensas perfeitamente adequadas para os tempos em que viviam. Se um pirata fosse ferido na perna, a amputação devia de ser muitas vezes a única saída para ser salvo, a tripulação era minimamente educada, chamavam o cozinheiro para amputar o membro ferido, para prevenir uma infecção. Os médicos não eram comuns a bordo de navios pirata, então muita vezes o cozinheiro era chamado para fazer as amputações. Contudo, como as operações raramente tinham sucesso e como o cirurgião inexperiente podia não conseguir fazer parar a hemorragia o pirata raramente sobrevivia, e mesmo que sobrevivesse à amputação podia não passar de uma infecção posterior. Caso sobrevivesse era necessário um substituto para a perna em falta, que normalmente era qualquer coisa que estivesse livre no barco, como por exemplo um pedaço de madeira comprido. Esta prática também poderia acontecer no caso de uma mão, tal como existe o vulgar exemplo do gancho.
Na verdade, a maioria das tripulações piratas eram organizadas, razoavelmente sofisticadas e com condições favoráveis para os membros feridos. Os piratas feridos não eram compensados apenas financeiramente, mas muitas vezes eles também eram oferecidos para fazer trabalhos não exigentes no navio. Trabalho este que podia incluir manobrar canhões, fazer os cozidos, e a lavar o convés do navio.
Num exemplo descrito por Exquemelin a recompensa assumia a forma sob os seguintes valores: pelo braço direito seiscentos pesos ou oito escravos; quinhentos pelo esquerdo ou cinco escravos; por um olho cem pesos ou um escravo e idêntica quantia por um dedo; pela perna direita quinhentos pesos e pela esquerda quatrocentos. Em comparação com os valores atuais, um peso vale cerca de noventa e seis cêntimos de dólar (0,96$), o que para a altura era muito.


Legislação Para Piratas

Podia ser uma frase favorável e verdadeira dizer que um caminho agradável durante o século XVIII era restrito à pirataria, mas a vida de pirata também tinha grandes objecções. Ao longo deste período, a morte chegava muitas vezes inesperadamente, no meio da batalha, por naufrágios, rixas na taberna, doença, etc. mas existiam vezes em que a morte era “a dançar a jiga de cânhamo” , que era o destino de qualquer pirata. Os julgamentos para a pirataria, eram muitas vezes influenciados por tribunais almirantados, tribunais que haviam sido fundados na década de 1340 na Inglaterra, para julgamentos que dissessem respeito a grandes crimes. Uma vez condenado, o pirata podia ser enforcado a qualquer hora dez dias depois do julgamento. No dia do enforcamento, os piratas eram os principais alvos de chacota na procissão realizada no dia até ao local do enforcamento, que era liderada por um oficial a carregar um Remo Prateado (símbolo da autoridade do Supremo Tribunal Almirantado). O destino final era a forca, que geralmente era situada numa praça pública junto à água, muitas vezes durante a maré vazia. Todo o acontecimento, como todos os enforcamentos, era um espectáculo que arrastava multidões.
Antes do enforcamento, normalmente o pirata era tapado por um capelão. Instigado, o réu declarava o seu destino, e arrependia-se antes de ser enforcado. Muitas vezes o sermão também servia para pregar à audiência, usando os piratas como o primeiro exemplo da degeneração da alma humana. Depois do sermão, o pirata admitia para as pessoas antes de ser enforcado e deixado a baloiçar na forca. Na sua última prece, antes da execução, alguns pareciam estar arrependidos, alguns assustados e outros rudes, enquanto que diziam grosseirismos para as multidões.
Depois da execução, os corpos representavam os restantes membros da tripulação, que eram enterrados, abaixo do nível de maré alta e deixados até que três marés tenham passado sobre eles. Os corpos da maioria dos capitães mais famosos, eram muitas vezes embalsamados em alcatrão, encaixotados numa armação de ferro ou correntes, e pendurados, enforcados, num sítio visível à beira da água, onde eles oscilavam com o vento até nada restar.
A punição por corso era a prisão, com a possibilidade de libertação na troca de um resgate. Contudo isto não era uma alternativa favorável, pois muitas vezes acabavam por ter uma morte demorada, em velhos navios prisão, que eram navios de guerra convertidos, que já não estavam aptos para o mar, ou outros fins, muitas vezes o prisioneiro acabava por morrer por enfraquecimento ou doença.
Castigos Piratas
A tortura, a queima e a mutilação eram castigos comuns que os piratas davam às suas vítimas, praticando verdadeiros actos de crueldade, e até gostavam de ver o sofrimento dos outros. Os piratas chineses prendiam as suas vítimas em gaiolas de bambu ou pregavam-nos ao convés. A tortura era utilizada para extrair rapidamente informação da vítima, acerca de navios com tesouros, rotas marítimas ou tesouros escondidos. Um exemplo da crueldade dos piratas, foi no caso dos inúmeros cercos feitos a Argel, em que os corsários berberes usavam prisioneiros franceses como munição contra os barcos destes. Existe apenas um relato de um jornal de 1829 de os piratas terem obrigado o seu prisioneiro a marchar sobre a prancha para se afogar ou ser comido pelos tubarões.
Qualquer pirata que desobedecesse ao código de conduta ou brigasse com os colegas era chicoteado ou deixado à deriva num bote, ou caso um pirata roubasse outro membro da tripulação podiam ser-lhe cortadas a orelhas ou o nariz. Quando condenado à lei de Moisés, era a vítima que fabricava o chicote "gato de nove caudas". Os membros da tripulação de John Philips foram obrigados a jurar com a mão sobre um machado que os desertores e traidores seriam abandonados numa ilha deserta.
Para se vingar de antigos oficiais, os piratas quando atacavam estes com sucesso castigavam-nos, como por exemplo cortando-lhes o braço ou qualquer outra parte do corpo. O capitão pirata irlandês Edward England foi punido pela sua tripulação por ser demasiado brando com eles.

*Vida em Terra e no Mar

Quando os piratas regressavam das suas pilhagens, eles estavam prontos para a diversão. Se regressassem de uma viagem bem sucedida, os piratas rapidamente esgotavam a sua riqueza nas tabernas e nas cervejarias locais. Muitas vezes, piratas bêbedos, gastavam milhares de pesos numa única noite (nessa altura com 10 pesos comprava-se uma pequena manada de gado). Prazeres como rum, comida, vinho e jogo, faziam pobres tabernas donos de riqueza durante a noite. Em suma, os piratas gastavam nas tabernas tudo o que ganhavam. A vida na terra não era só diversão e jogo. Para o sucesso, um pirata tem bastante trabalho enquanto está em terra. Depois de uma viagem longa, as lapas e as algas têm ser retirados do casco do navio. Depois de uma boa batalha, o barco era reparado ou substituído. Uma das tarefas mais importantes era para abastecer bem o navio com provisões de água e comida para a próxima viagem.
A vida no mar era muito árdua, os porões eram escuros, mal-cheirosos, húmidos e sentia-se falta de ar. Também se pode presumir que a vida no mar era uma grande maçada para os piratas. Um grande contraste entre a vida no mar: navegam que dizer semanas de aborrecimento a procurar uma presa, e depois guerras muito duras quando encontravam vítimas.
Com nada para distrair os piratas sanguinários, conflitos e lutas eram comuns. Era nessas alturas que o capitão intervinha e controlava-os com medo ou respeito. O capitão não tinha a última palavra, pois em muitos casos o navio pirata era dirigido democraticamente.
Nas viagens de longa duração, o racionamento de comida era o maior desafio para os piratas. Os piratas muniam-se de cerveja engarrafada antes das viagens longas, pois a água rapidamente se deixava de ser potável., devido ao seu sabor salgado. De início, os piratas detestavam os biscoitos duros que duravam muito tempo; embora para as longas viagens se munissem de lima, como abastecedor de vitamina C. Se tivessem sorte, os piratas podiam ter algumas galinhas a bordo, que lhes davam ovos e carne. Aparentemente os piratas encontravam abastecimento ilimitado de carne nas tartarugas que crescem nas Caraíbas. Além de serem deliciosas, estas tartarugas eram facilmente apanhadas.

Lista de piratas:

• Klaus Störtebeker (corsário e pirata)
• Anne Bonny (pirata)
• Pier Gerlofs Donia - o "Grutte Pier" (pirata)
• Bartholomew Roberts (pirata)
• Grace O'Malley (pirata)
• Edward Teach – o "Barba Negra" (pirata)
• Sir Francis Drake (corsário)
• Henry Morgan (corsário e bucaneiro)
• John Rackham (pirata)
• Wijerd Jelckama (bucaneiro)
• L'Olonnais (bucaneiro)
• Martin Tromp (corsário)
• Mary Read (pirata)
• Roc Brasileiro (bucaneiro)

Como não falar do lendário Thomas Cavendish, saqueador da Villa de São Vicente, que logo atacou o litoral sul e veio para uma pequena ilha no litoral norte chamada Ilhabela,onde ficou abrigado após saquear e atirar fogo no primeiro munícipio brasileiro. Após saquear São Vicente ele teria chegado a uma praia localizada na ilha cujo o nome ele batizou de Castelhanos. Logo em seguida mobilizou seus homens para esconder o grande tesouro furtado em São Vicente, após o que rumou mata a dentro e escondeu o tesouro numa praia da ilha que tem por nome de Saco do Sombrio. Logo após isto Thomas Cavendish voltou a Castelhanos. [carece de fontes?]
Pelo simples fato de Thomas Cavendish ser um corsário, ou seja, recebia ordens da coroa, teria que retornar a Inglaterra para levar o tesouro a coroa. No entanto, Thomas Cavendish não queria retornar seus homens que logo fizeram um motim onde mataram Cavendish.
Castelhanos atualmente tem moradores, que tem face de pirata os chamados descendentes. [carece de fontes?] Ilhabela ainda guarda um dos tesouros mais famosos do mundo: o tesouro de trindade. Para continuar estudos sobre estes tesouros é aconselhado um livro mais esclarecedor como o Enigmas de Ilhabela. [carece de fontes?] Ou para aqueles milhões de pessoas que já tenham coordenadas precisas sobre estes dois tesouros que são estudados e visados por muitos arqueólogos no mundo, basta conversar e perguntar aos moradores as trilhas que levam ao tesouro. O povo é bem humorado e hospitaleiro e, segundo os próprios moradores, existem pessoas na ilha que têm anéis, armas, porcelanas, dobrões (as famosas moedas de ouro), e muitos destes que os moradores apontam são os mais velhos como sendo netos de escravos. Alguns moradores que entendem de trilhas dizem que "tesouro não é uma simples pesquisa de dias e sim um grande aprendizado de anos". [carece de fontes?]





Piratas da Barbária



Piratas da Barbária, Piratas da Berbéria, piratas barbarescos, piratas berberescos, piratas berberes ou corsários otomanos, foi a designação dada aos piratas que até meados do século XIX operaram no Mediterrâneo ocidental e no Oceano Atlântico nordeste a partir de portos sitos na costa da Berbéria, ou seja na região litoral do Norte de África correspondente hoje às costas da Argélia, da Tunísia, da Líbia e a alguns portos de Marrocos. A sua principal base era em Argel, mas as cidades de Tunes, Tripoli e Salé eram também importantes centros da pirataria barbaresca. As suas principais presas eram embarcações pertencentes aos povos cristãos da bacia do Mediterrâneo, mas também pilhavam no Atlântico nordeste, incluindo navios de longo curso provenientes da Ásia, de África e das Américas. Para além dos ataques sobre a navegação, também organizavam incursões às povoações costeiras da Europa, destinadas à aquisição de saque e a capturar escravos que eram depois vendidos no Norte de África, na Turquia e no mundo muçulmano. Para além da costa mediterrânica da Europa, registaram-se importantes ataques na Madeira, nos Açores, na costa ibérica, na Irlanda e até na Islândia e na Gronelândia. Esta forma de esclavagismo, responsável pelo aprisionamento e venda como escravos de muitos milhares de cristãos de origem europeia, manteve-se até à década de 1830, terminando apenas quando a França conquistou Argel.

Contexto histórico

A actividade de piratas no Mediterrâneo ocidental foi uma constante desde o período de declínio do Império Romano, com a base das operações quase sempre centrada na margem norte-africana daquele mar. Daí que desde muito cedo os piratas que operavam naquele região fossem conhecidos por piratas da Barbária, derivando a sua designação não da barbárie do seu comportamento, mas do topónimo costa da Barbária, que desde os tempos medievais se aplicava ao troço ocidental da costa do Magrebe. Aquele topónimo deriva de substantivo berberes, o nome pelo qual eram conhecidos na Europa os povos que habitavam a região.
Na sua fase inicial, a pirataria incidia essencialmente sobre a navegação local no Mediterrâneo ocidental, com eventuais ataques a povoações costeiras menos defendidas, atingindo de forma indiferenciada todos os povos ribeirinhos. Contudo, a partir do período das Cruzadas e do início da reconquista cristã da Península Ibérica, esta forma de pirataria passou a ganhar contornos diferentes, concentrando-se sobre as embarcações e as costas ocupadas por povos cristãos, inserindo-se desta forma no conflito inter-religioso que se travava na região. Os piratas passaram a ser encarados como corsários, agindo legitimados pelo conflito que se travava.
A partir do século XIV, o declínio das dinastias berberes e o crescente número de refugiados de origem ibérica que acorriam ao Norte de África em resultado do avanço cristão na Reconquista, criaram condições que permitiram a solidificação das cidades base dos piratas como verdadeiras cleptocracias semi-independentes, legitimadas pela guerra inter-religiosa. Nesta fase, a cidade argelina de Bugia transformou-se no mais notório centro de pirataria do Mediterrâneo.
A partir dessa época, foram-se lentamente organizando as estruturas de poder que deram origem aos piratas da Barbária enquanto verdadeira força político-militar com profundo impacto na navegação internacional e na segurança das costas europeias, particularmente a partir do século XVI. Após o seu auge no século XVII, os piratas da Barbária entraram em declínio, até serem efectivamente erradicados na primeira metade do século XIX com a conquista francesa de Argel e a generalização da dominação colonial europeia sobre o Norte de África.
Vários eventos, resultantes da evolução geopolítica da região, influenciaram este curso de acontecimentos. Em primeiro lugar, a Tomada de Granada pelos Reis Católicos de Espanha, pondo em 1492 efectivo termo ao Al-Andalus e, com ele, à presença muçulmana na Península Ibérica. Esse acontecimento forçou muitos milhares de mouros ao exílio, alimentando o ressentimento anticristão no Norte de África e fornecendo novos recrutas para a pirataria, agora claramente aceite como uma forma de retribuição e vingança. A estes refugiados, e aos habitantes locais, vieram juntar-se voluntários levantinos vindos do Médio Oriente, atraídos por motivações religiosas, mas também, como acontecia do lado cristão, pela oportunidade de aventura e de participarem numa actividade lucrativa. Em segundo lugar, a queda de Constantinopla e o reforço da hegemonia muçulmana no Mediterrâneo oriental, iniciando um crescente envolvimento otomano no Norte de África, que se traduziu na presença de um poder difuso que, sem conseguir dominar totalmente a política local, impedia o aparecimento de estruturas de poder que pusessem cobro à anarquia que se vivia na região.
Ao enquadramento geral atrás apontado sobrepuseram-se circunstâncias locais, pois na fase final da reconquista ibérica, Portugal e Castela começaram a atacar e a conquistar cidades na costa marroquina, com destaque para Ceuta e o seu hinterland. A luta que aí se travou atraiu grande número de aventureiros do Médio Oriente e do Levante otomano. Esse movimento acelerou-se quando a Espanha atacou as cidades costeiras de Orão, Argel e Tunes, avançando para os limites orientais do Magrebe. Na defesa dessas cidades já era significativa a presença de voluntários turcos, a maioria dos quais empenhada na guerra como corsários.
Entre os mais famosos líderes corsários da época estavam os irmãos Barbarossa (os barba-ruiva), Hizir (também grafado Hayreddin, Khizr, Khair ad-Din ou Khair Ed Din) e Aruj (ou Oruç), súbditos otomanos oriundos de Mitilene. Capitaneando um decidido grupo de corsários, os irmãos Barbarossa conseguiram na década de 1500 ganhar o efectivo controlo da cidade de Argel e transformaram o seu porto na principal base dos piratas da Barbária.
Quando Oruç foi morto durante um ataque espanhol ocorrido em 1518, de que resultou a tomada de alguns ilhéus costeiros frente a Argel, onde instalaram um forte, Hizir solicitou a intervenção do sultão otomano Selim I, o qual, em troca de suserania sobre a cidade, acedeu e enviou tropas. Nos combates que se seguiram, em 1529 os espanhóis foram expulsos da região e Argel foi incorporada, embora mantendo ampla autonomia, no Império Otomano. Com isto, iniciou-se uma presença otomana no Norte de África, que duraria quatro séculos e consolidou-se a predominância daquela cidade como o principal centro da pirataria mediterrânica, posição que manteria até 1830.
Entre 1518 e a morte de Uluch Ali em 1587, Argel foi a capital do poder otomano no Norte de África, sede do governo dos beilerbeis que governavam Tripoli, a Tunísia e a Argélia. De 1587 a 1659, a cidade foi governada por paxás otomanos, enviados de Constantinopla com mandatos de três anos. Em 1659, uma revolta militar reduziu o paxá a uma figura sem real poder político, um mero representante de uma suserania distante e sem influência na condução da vida local.
A partir daquela revolta, estas cidades magrebinas, apesar de nominalmente fazerem parte do Império Otomano, eram na realidade repúblicas militares, com grande grau de anarquia na condução das suas políticas, que escolhiam os seus próprios governantes e se sustentavam quase exclusivamente do produto dos saques, da venda de escravos, da extorsão através da exigência do pagamento de tributos às potências que pretendiam navegar no Mediterrâneo e dos resgates que eram pagos pelos cativos europeus. Foi este o período áureo dos piratas da Barbária.
Durante aquele período também a estrutura do poder naval se alterou: se entre 1518 a 1587, os beilerbeis eram almirantes do sultão, que apesar dos seus métodos ferozes e de terem como política o saque das cidades costeiras e a captura de escravos, comandavam grandes esquadras e conduziam a guerra com claros fins políticos, pós 1587, o saque tornou-se o principal objectivo das forças navais das cidades norte-africanas, que passaram a viver quase em exclusivo dos lucros da actividade pirata.
Nesta segunda fase, as forças navais, agora mais pequenas e nalguns casos reduzidas a um único navio, passaram a ser financiadas por capitalistas (quase sempre ex-corsários que haviam enriquecido) e eram comandadas por capitães, que usavam o título de rais ou reise e se organizavam de forma corporativa para exercer o poder na cidade e manter o controlo sobre os mares e sobre os mercados de escravos. A actividade pagava um dízimo (10%) para os cofres do paxá ou seus sucessores, os quais passaram a usar os títulos de bei ou dei[1].
Entre os corsários otomanos famosos que nesta época tiveram a sua base em Argel contam-se Turgut Reis (conhecido como Dragut no Ocidente), Kurtoğlu (conhecido como Curtogoli), Kemal Reis, Salih Reis, Koca Murat Reis e Murat Reis.
Na fase inicial da sua consolidação como força naval, os piratas da Barbária utilizavam essencialmente galés construídas em Bugia, com a madeira das montanhas daquela região. Esta circunstância limitava a sua acção às zonas costeiras e às águas calmas do Mediterrâneo, já que à força de remos não eram possíveis grandes viagens e a dimensão dos navios era limitada pela necessidade de reduzir o seu peso.
A partir de finais do século XVI, os piratas argelinos passaram a usar navios à vela, em boa parte resultado das inovações tecnológicas trazidas por europeus convertidos ao Islão que se juntavam às hostes piratas. Entre estes convertidos conta-se o holandês Simon de Danser, que teve um papel relevante na introdução das tecnologias da vela na actividade dos piratas da Barbária. A presença de convertidos europeus era aliás comum, tendo contribuído de forma substancial para o progresso tecnológico da construção naval, da navegação e da marinharia de que os piratas dispunham. Entre os convertidos mais famosos conta-se um membro da família aristocrática inglesa Verney e Jan Janszoon, um holandês que sob o nome de Murat Reis comandou forças piratas no Atlântico Norte, atacando a Islândia.
Com a introdução dos navios à vela e das técnicas europeias de navegação, a partir de meados do século XVII, os piratas da Barbária começaram a chegar regularmente às ilhas e às costas europeias do Atlântico, ameaçando a navegação em todo o Atlântico Nordeste.
Estes desenvolvimentos levaram a que na primeira metade do século XVII os piratas da Barbária atingissem um tal grau de actividade que passaram a ameaçar virtualmente toda a navegação nas costas europeias, atacando anualmente centenas de navios e raptando para resgate ou para venda como escravos muitas dezenas de milhar de europeus. Por esta altura estimava-se que estivessem cativos em Argel cerca de 20 000 europeus. Enquanto os ricos conseguiam pagar resgate e eram libertados, os mais pobres ficavam dependentes do pagamento de resgate por parte dos soberanos respectivos ou por organizações caritativas especialmente criadas para o efeito, acabando na maior parte dos casos por ser vendidos como escravos. As mulheres, particularmente as mais jovens, eram quase de imediato vendidas para o harém dos ricos e poderosos. Eventualmente alguns eram libertados pelos seus senhores depois de se converterem ao Islão.
Muitos dos prisioneiros acabavam por morrer agrilhoados aos remos das galés. Ao tempo, Argel era um cidade onde se encontravam gentes trazidas de todas as costas da Europa e da África e o maior centro de comércio de escravos do Mundo.
Nesta época tornou-se quase uma fatalidade para quem se aventurava a viajar pelo mar ter de enfrentar ataques corsários. Alguns dos principais intelectuais portugueses e espanhóis (como Miguel de Cervantes), mas também muitos da Europa do Norte, experimentaram o cativeiro na costa da Barbária, sendo abundantes os relatos de dos eventos a ele ligados.
Para se ter uma ideia da dimensão que atingiu a pirataria da Barbária, note-se que entre 1609 e 1616 os registos do almirantado do Reino Unido assinalam a captura de 466 navios britânicos, a maioria dos quais nas águas próximas às costas inglesas [2].
Apesar dos ataques dos piratas da Barbária serem mais comuns nas águas e costas do sul de Espanha, nas ilhas Baleares, Sardenha, Córsega, ilha de Elba e nas costas da Península Itálica (especialmente na Ligúria, Toscana, Lazio, Campania, Calábria e Puglia), Sicília e Malta, também atacavam frequentemente a costa atlântica da Península Ibérica. Em 1617, piratas argelinos e saletinos lançaram um poderoso ataque ao litoral cantábrico e galego e saquearam e destruíram Bouzas, Cangas e as igrejas de Moaña e Darbo. Uma tentativa de tomada de Vigo foi repelida pela guarnição da cidade.
Mesmo regiões relativamente distantes do Mediterrâneo não estavam a salvo. Na Islândia, em 1627 o capitão pirata Murat Reis saqueou várias povoações costeiras, incluindo as ilhas Vestmannaeyjar, levando consigo 242 prisioneiros, a maioria dos quais morreria em cativeiro. Entre os cativos de Vestmannaeyjar estava Oluf Eigilsson, que foi libertado contra o pagamento de um resgate e que escreveu em 1628 um detalhado relato da sua experiência. Em Junho de 1631, o mesmo Murat Reis, com piratas de Argel e tropas otomanas, tomou a vila irlandesa de Baltimore, no condado de Cork, capturando a maioria dos habitantes, os quais foram vendidos como escravos no Norte de África.
Existe o registo de cativos brasileiros, como Maria, resgatada ao fim de 12 anos com sua filha, ou o padre Romão Furtado de Mendonça, ambos regatados junto com outros 365 cristãos pelos frades trinitários.
No que respeita à pirataria no mar, todos os navegantes pertencentes a povos que não pagassem tributo aos piratas estavam em risco, mas mesmo aqueles pagamentos, em geral disfarçados sob a forma de ofertas e resgates, não garantiam absoluta segurança, já que os piratas não tinham uma estrutura centralizada de comando, podendo cada um atacar as presas da sua escolha. Mesmo os mais poderosos Estados europeus se viram compelidos ao pagamento de tributos e resgates e a tolerar o desrespeito pela sua bandeira nos mares.
Esta situação levou ao aparecimento de ordens religiosas especializadas na recolha de fundos para a redenção dos cativos, entre as quais a Congregação do Santíssimo Redentor e os Lazaristas, recebendo e administrando numerosos legados que para o efeito eram deixados em muitos países. Na maioria das nações ribeirinhas foram criados especiais tributos destinados à remissão dos cativos, criando-se toda uma organização político-religiosa cuja única missão era o pagamento do resgate de conterrâneos aprisionados. Foi assim que em Portugal surgiu o cargo de mamposteiro-mor e de mamposteiros em diferentes cidades e que o tributo para a remissão dos cativos se manteve até ao século XIX.
A partir dos meados do século XVII o progressivo fortalecimento dos Estados europeus levou a que a existência dos piratas da Barbária dependesse das rivalidades e dos desentendimentos entre aqueles Estados, o que os piratas souberam aproveitar com grande habilidade diplomática: a França encorajou a sua existência e utilizou-os como arma contra os interesses espanhóis; pouco depois foram os britânicos e os holandeses que os utilizaram contra os interesses franceses, num ciclo de rivalidades e guerras em que cada um dos contendores tentava comprar os serviços dos piratas para a sua causa, através de tributos e de uma mal disfarçada neutralidade em relação às suas atividades contra nações terceiras. Todas as potências estavam interessadas em obter imunidade para os seus navios, mas todas estavam interessadas em que os ataques contra rivais continuassem, o que impedia ataques concertados e consequentes contra os piratas.
Em 1655 o almirante britânico Robert Blake foi enviado numa expedição punitiva contra os piratas tunisinos, infligindo uma pesada derrota à cidade de Tunes e aos seus piratas. Nos anos subsequentes, durante o reinado de Carlos II de Inglaterra, as forças navais britânicas envolveram-se numa longa sequência de expedições punitivas contra os piratas da Barbária, isoladamente ou em colaboração com os neerlandeses.
Em 1682 e 1683, os franceses bombardearam Argel. Naquele último ano, os argelinos atiraram o cônsul francês contra os navios, transformado numa bala humana.
É muito extensa a lista das expedições punitivas organizadas por Estados europeus contra os piratas da Barbária, percorrendo toso o século XVIII até às operações americanas 1801-1805 (Primeira Guerra da Barbária) e 1815 (Segunda Guerra da Barbária). Apesar desses numerosos ataques, os europeus nunca tentaram destruir realmente os piratas e quase sempre, no final das operações, a potência envolvida acabava por pagar tributo e firmar acordos mais ou menos apaziguadores com os piratas e com as respectivas cidades. Entretanto, as frequentes guerras intra-europeias permitiam aos piratas quebrar os seus compromissos sem medo de represálias e aproveitar a ocasião para obter novos pagamentos.
Nesse contexto, figuras públicas britânicas dos finais do século XVIII não se coibiam de afirmar que os piratas da Barbária eram úteis aos seus interesses nacionais pois ajudavam a controlar o crescimento do comércio dos povos do Sul da Europa. Quando Edward Pellew, o 1.º visconde de Exmouth, foi enviado em 1816 numa expedição punitiva contra os piratas argelinos, numa carta privada expressou dúvidas sobre a aceitabilidade da expedição pela classe mercantil britânica, então interessada no efeito negativo da pirataria sobre os interesses comerciais franceses e espanhóis.
Entretanto, a independência dos Estados Unidos da América trouxe um novo contendor, não envolvido no sistema de rivalidades europeias, que veio introduzir alguns elementos de desequilíbrio no sistema: em 1784, apenas uma ano após o estabelecimento da paz com a Grã-Bretanha, um navio americano foi aprisionado por piratas de Salé. Apesar de Marrocos ter sido em 1778 um dos primeiros Estados a reconhecer os Estados Unidos da América, após seis meses de negociações os americanos foram obrigados a pagar a então elevada soma de $60 000 para poderem navegar sem risco de apresamento[5].
Com os piratas argelinos a situação era ainda pior, pois em 1784 dois navios mercantes americanos (Maria de Boston e Dauphine de Filadélfia) foram capturados, vendidos e os seus tripulantes reduzidos à escravatura, sendo obrigados a trabalhar, em condições inumanas, nas obras das fortificações portuárias até que chegasse o dinheiro do respectivo resgate.
Em 1786, Thomas Jefferson, então embaixador americano em França, e John Adams, embaixador no Reino Unido, encontraram-se em Londres com Sidi Haji Abdul Rahman Adja, o embaixador de Tripoli naquela capital. Quando os americanos perguntaram porque razão os navios americanos eram atacados sem qualquer provocação e sem que existisse guerra entre os seus povos, receberam uma resposta desconcertante, que comunicaram ao Congresso Continental nos seguintes termos:
"That it was founded on the Laws of their Prophet, that it was written in their Koran, that all nations who should not have acknowledged their authority were sinners, that it was their right and duty to make war upon them wherever they could be found, and to make slaves of all they could take as Prisoners, and that every Musselman [Muslim] who should be slain in Battle was sure to go to Paradise"[6]. [Que era com fundamento nas Leis do seu Profeta, que assim estava escrito no seu Corão que todas as nações que não tivessem aceitado a sua autoridade eram pecadoras, e que era seu dever fazer-lhes guerra onde as pudessem encontrar, e fazer escravos todos os que pudessem trazer como prisioneiros, e que todo o muçulmano que fosse morto em batalha tinha assegurado o paraíso].
Pelos prisioneiros Argel queria $60 000, enquanto os americanos apenas podiam oferecer $4 000, pelo que tiveram de permanecer 11 anos no cativeiro. Face a esta situação e à inexistência de forças navais americanas que pudessem proteger os seus navios, os americanos passaram a procurar a proximidade de comboios organizados por potências europeias que lhes dessem protecção.
Durante alguns anos Portugal manteve na zona do Estreito de Gibraltar uma presença naval (Esquadra do Estreito), impedindo a entrada de piratas argelinos no Atlântico. Contudo, quando Portugal celebrou um acordo de tributo com os piratas, estes voltaram ao Atlântico Norte e em 1793 já tinham aí aprisionado uma dezena de navios americanos. Apesar de Portugal ter oferecido protecção aos navios americanos, tal foi considerado insuficiente e, depois de um sério debate, em Março de 1794 foi decidido criar a United States Navy, sendo autorizada a construção das primeiras seis fragatas. O uso de forças navais americanas, com a primeira acção do United States Marine Corps, foi um ataque a Tripoli, hoje lembrado no verso "to the shores of Tripoli" inscrito no seu hino.
O fim dos piratas da Barbária chegou com a paz geral de 1815 que pões termo às Guerras Napoleónicas na Europa. No novo contexto de paz deixou de ser tolerável o constante insulto dos piratas, agora amplificado pela nascente imprensa. O momento decisivo surgiu quando um esquadrão tunisino saqueou a vila de Palma na Sardenha, raptando 158 dos seus habitantes. A indignação da imprensa europeia foi enorme a pressão pública a favor de uma intervenção militar cresceu por todo o continente. Simultaneamente ia ganhando força a campanha em favor da supressão da escravatura e do fim do tráfego negreiro, o que tornava ainda menos aceitável que europeus fossem anualmente escravizados só por serem cristãos.
Com a aquisição de Malta e das ilhas Jónicas, a Grã-Bretanha foi ganhando um papel preponderante no Mediterrâneo, abraçando a questão da supressão do tráfego de escravos como uma sua prioridade, tema que foi incluído nas discussões do Congresso de Viena. Foi nesse contexto que em 1816 se realizou a expedição comandada por lorde Exmouth, enviada a Tunes e a Argel com o objectivo de forçar a aceitação de tratados que proibiam a pirataria e a aquisição de escravos. Obtidos os tratados regressou à Grã-Bretanha, sem saber que entretanto um grupo de britânicos tinha sido escravizado em Annaba. Face a essa provocação, o governo britânico enviou a expedição de volta para obter reparação, e a 17 de Agosto daquele ano de 1816, as forças britânicas em combinação com forças neerlandesas comandadas pelo vice-almirante Theodorus Frederik van Capellen infligiram um devastador bombardeamento a Argel.
Face ao novo denodo com que os europeus lidaram com a provocação, os piratas de Argel e de Tunes libertaram mais de 3 000 prisioneiros e fizeram novas promessas de cessar os ataques contra os europeus. Apesar disso, pouco depois os piratas de Argel retomaram as suas actividades, embora numa escala mais reduzida.
Face a esse incumprimento, em 1818 reuniu uma congresso internacional em Aix-la-Chapelle (Congresso de Aix-la-Chapelle (1818)) para determinar novas medidas, e em 1824 outra força britânica, agora sob o comando de Sir Harry Neal, bombardeou severamente Argel.
Apesar disso o fim da pirataria com base em Argel apenas ocorreu com a conquista da cidade pelos franceses em 1830. No resto da costa ainda se foi mantendo até ao início do século XX, altura em que a dominação colonial europeia a suprimiu.

Os piratas da Barbária na literatura

A actividade dos piratas da Barbária deixou profundos traços na identidade dos povos ribeirinhos da Europa, os quais se reflectem nas múltiplas obras literárias que directa ou indirectamente os tomam por tema. Eles aparecem em obras tão marcantes como Robinson Crusoe de Daniel Defoe, O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas, pai, O Falcão do Mar de Rafael Sabatini, A Captiva de Argel de Royall Tyler, na obra Mestre e Comandante da série Aubrey-Maturin de Patrick O'Brian e no Ciclo Barroco de Neal Stephenson. Outra famosa obra onde os piratas da Barbária figuram é no Dr. Dolittle de Hugh Lofting.
Miguel de Cervantes foi um dos múltiplos expoentes da intelectualidade europeia que passou pela experiência de ser cativo no bagnio de Argel, reflectindo depois a sua experiência na sua obra, incluindo no Dom Quixote.


Jolly Roger



Uma das inúmeras bandeiras piratas, talvez a mais popular.
Jolly Roger é nome dado às típicas bandeiras piratas, mais concretamente à típica bandeira cujo fundo é preto e tem uma caveira branca com dois ossos cruzados.


Origem do nome

Não se sabe ao certo a origem do nome "Jolly Roger". Uma teoria é que "Jolly Roger" viria da expressão jolie rouge, expressão francês que significa "vermelho bonito". Outra teoria diz que a origem do nome provém de um grupo de piratas da Ásia, Ali Raja. Uma terceira teoria diz que "Roger" provém de "rogue", o que significaria "vagabundo vadio" em português.
Cada capitão pirata tinha uma Jolly Roger diferente. Muitas vezes, as bandeiras podiam ter símbolos de morte ou destruição. O nome "Jolly Roger" tinha a intenção de ser a alcunha do diabo, em inglês "Old Roger". Contudo, o nome foi afrancesado, "Jolie Rouge", ou seja "vermelho bonito". A Jolly Roger clássica é uma caveira com ossos cruzados, que queria dizer que o capitão queria a morte do marinheiro, os peritos supõem que esta seja a verdadeira aparência da Jolly Roger (as bandeiras de Richard Worley ou Edward England).
A palavra "Roger" atualmente possui diversos significados. Um deles é uma gíria para descrever ações-violentas ou confrontos vitais, normalmente de natureza-forte. Uma das características dos piratas era o tratamento brutal que davam aos prisioneiros, de forma geral, que normalmente eram violentados por todos os que estavam a bordo, no que chamavam de seu "espírito-de-corpo".
Porém, historicamente, e quase que comprovadamente sabe-se, por estudos em pergaminhos de diversas procedências, como também pelos portulanos ou cartas de navegação assinadas pelos próprios membros da armadoria do que seria, a primeira unidade-militar da Royal Navy; que "Jolly Roger" foi o nome de uma nave de 16 canhões navais(oito em cada bordo), de aproximadamente 20 metros de popa a proa, 10 metros de bombordo a estibordo e 20 metros de calado. Que fazia parte da primeira esquadra da Inglaterra então existente, sob comando do então Almirante Francis Drake, quando esse corsário e Pirata inglês(segundo algumas fontes históricas, filho-bastardo da rainha Elizabeth I, com o capitão da guarda; relação essa, desconhecida para a maioria do povo inglês, bretão e do resto do mundo de então, de forma general); organizou a defesa da Inglaterra e a Royal Navy(até então inexistente), para defender a Inglaterra, contra a tentativa de invasão da terrível, temível e invencível até entãoArmada de Felipe II e seus aliados franceses. Sendo a "Jolly Roger", única baixa da esquadra do almirante inglês, e seus aliados piratas e corsários de diversas nacionalidades; na famosa estratégia e tática de operação em estratégia em "T"(letra "tê"), em que as diversas unidade-de-divisão-corsárias, perpendicularmente-colocadas(na horizontal do "T"), disparavam seus inúmeros canhões(em operação tática, por serem naves mais leves), contra o alvo espanhol-francês, na formatura vertical do "T", botando a pique as naves pesadas e fortemente armadas da "Invencível Armada", espanhola - francesa.
Devido à(s) operação(ões) militar(es) e estratégia(s) do então comandante-em-chefe Francis Drake e seus aliados piratas(s) e corsário(s), frente ao que iria a ser a Royal Navy, a Jolly Roger nas suas diversas configurações, passaram a representar o símbolo histórico para o(s) confronto(s)-de-corso, ou seja, caça(s) e destruição(ões) de inimigo(s) da Inglaterra.

História

A versão mais adotada como oficial entre os historiadores sugere que a origem de tal bandeira tenha começado com um hábito que não era ligado aos piratas: o de colocar uma bandeira preta no mastro de navios que vinham com doenças em seu interior. Outra versão conta que a forma original era de uma bandeira preta com uma cruz branca. Lendas são muitas, porém nada é considerado conclusivo.
Seja como for, a intenção dos piratas era mesmo manter curiosos à distância, o que realmente aconteceu. Todos tomavam cuidado e mantinham-se afastados quando avistavam tal pavilhão içado no mastro de um navio. Entretanto, é muito discutida a hipótese de que os piratas (mais precisamente os bucaneiros) navegavam com uma bandeira de nação e não com a Jolly Roger, o que a faria não tão comum assim. Os bucaneiros usariam mais uma bandeira vermelha juntamente com uma da nação ao se aproximarem de um navio que queriam ver rendido. Significava que nenhuma misericórdia seria dada aos ocupantes da presa caso houvesse resistência, seu nome original era Joli Rouge, um termo que, após processo de corrupção característica dos idiomas, teria se tornado Jolly Roger em inglês e o fundo vermelho mudado para preto.
Há também a crença de que o termo teria vindo dos piratas orientais.Os chamados Chefes de Cannonnore eram piratas famosos e levavam ostensivamente o título de Ali Raja, que significa Rei do Mar. Um detalhe: eles também usavam a bandeira vermelha. Quanto ao surgimento, a controvérsia continua. Pelo menos uma fonte acadêmica afirma que o primeiro a usá-lo foi o pirata Bartholomeu Roberts, conhecido com Black Bart.
É claro que há quem prefira analisar as palavras já na língua original. Assim em 1724, teria surgido o hábito dos britânicos de se referirem ao demônio como Old Roger, sendo que Roger para eles era o mesmo que vagabundo. O nome em si nada mais era que uma corrupção do termo "rogue" (significando, entre outros termos, velhaco, embusteiro, tratante, enganador, mentiroso, pessoa malévola, elemento nocivo). Assim, seria aceitável que o nome fosse uma gíria para os errantes marítimos, que seriam, em inglês correto, jolly rogue.

Caveira e ossos

Analisando um pouco a simbologia da caveira com os ossos cruzados. Sabe-se que o símbolo já era usado por exércitos europeus pelo menos desde 1600, sendo que o primeiro uso dele numa bandeira data do começo de 1700, com um desenho provavelmente emprestado de algum lugar. A forma mais comum da figura é aquela que representa a caveira com os ossos cruzados, geralmente, abaixo da caveira, embora algumas vezes a caveira apareça sobreposta aos ossos. Alguns livros informam que as primeiras bandeiras piratas tinham o desenho anatômico completo), que segurava uma ampulheta numa mão e um arpão na outra, o que supostamente simbolizava que o tempo havia acabado e que, se a escolha da presa fosse lutar, seria morta no processo. A bandeira mais conhecida com este desenho foi uma que pertenceu ao pirata John Quelch.
A Jack (como ficou conhecida a bandeira entre os piratas) era uma parte importante da vida marinha: os navios ostentavam suas bandeiras nacionais quando se aproximavam de outras embarcações para afastar os inimigos e atrair os amigos. Muitos tiveram Jacks de batalha que eram erguidas como sinal de que estavam se aproximando para brigar. Imagina-se que os piratas hasteavam bandeiras nacionais ou de nações estrangeiros como maneira de se aproximarem de surpresa da presa, porém, quando conseguiam e preparavam-se para a abordagem, a nacional era então substituída pela Jolly Roger, para que a vítima soubesse que estava perdida e que não deviam esperar misericórdia dos bandidos. Para muitas fontes sobre o assunto, isto era mais um blefe do que verdade, pois os piratas confiavam muito em sua fama para intimidar suas presas e saqueá-las sem que oferecessem muita resistência.

Análise de Jacks Famosos

Uma rápida explanação sobre as bandeiras mais utilizadas pelos piratas e suas várias formas. Vale lembrar que, embora poucos saibam disso, as formas da bandeira pirata eram muitas, sendo que alguns adotavam bandeiras e que pouco ou nada tinha a ver com o desenho tradicional. Essa distinção se faz necessária porque, como todos os fatos históricos, também analisa-se as bandeiras e atribui-se um nome (ou nomes), geralmente há confusão, além de que muito dessas informações acaba sendo disseminado de maneira errada. Por isso, a analização será de caso em caso com muito cuidado.
Além das informações sobre a bandeira, serão dadas características dos seus usuários.
Sir Henry Morgan


Os ossos ou adagas cruzados podem ter sido inspirados pela bandeira do Reino Unido.

A bandeira que este corsário utilizava nada mais era que a bandeira nacional do Reino Unido, conhecida como Union Jack. Sabe-se que Morgan não foi consagrado cavaleiro até o dia em que largou seu trabalho como corsário. Ele pirateava de acordo com os termos estabelecidos em sua carta de corso, com a autorização do Rei Charles, da Inglaterra, por isso nada mais óbvio do que usar a bandeira de seu próprio país. é possível, entretanto, que sua tripulação tenha usado uma Joli Rouge, a bandeira vermelha dos bucaneiros, uma vez que muitos dos homens eram bucaneiros oriundos da Jamaica e de outras ilhas do Caribe.
Morgan teria cometido pelo menos um ato de verdadeira pirataria, quando saqueou o Panamá numa época em que a Inglaterra e a Espanha estavam em paz. Segundo alguns livros, ele teria plena noção do fato, mas teria sentido que a Jamaica não estava em segurança enquanto a Espanha tivesse forças estabelecidas no Caribe. O governador da Jamaica foi obrigado a prender Morgan, por quem nutria grande desprazer. O pirata foi enviado para a Inglaterra acorrentado, mas como sempre, quando a viagem por mar terminou, havia novamente uma ameaça de guerra entre os dois países. Então, Morgan foi libertado e condecorado por sua bravura, retornando à Jamaica como tenente-governador. Há quem ache que o Rei da Inglaterra forneceu uma grande soma em ouro para Morgan por suas explorações no Panamá, já que, afinal, a Coroa recebia 10 a 50% de qualquer saque.

Henry Avery


Também conhecido como John Avary, Long Ben e Benjamin Bridgeman, este pirata ficou famoso famoso por ter usado uma caveira e ossos cruzados antes de qualquer coisa. A diferença do símbolo que conhecemos é que a caveira estava de lado, onde poderiam ser distinguidos uma bandana e um enorme brinco no lugar na orelha. Originalmente, a bandeira era Vermelha, depois foi alterada para preta.
Há quem coloque a criação em dúvida. Se for mesmo de John Avery, marca o começo de sua utilização como símbolo. Avery começou suas aventuras piratas em 1694, quando ajudou uma tripulação de espanhóis mutinados e tornou-se Capitão de um navio que chamou de Fancy (Imaginação; Fantasia). Morreu alguns anos depois em Bristol, Inglaterra, completamente pobre.


Capitão Richard Worley


Essa Jolly Roger é umas das mais conhecidas pela cultura pop.

Também conhecido como Robert Worley, foi um pirata de carreira curta, embora sua contribuição para a evolução da bandeira pirata tenha sido grande. Ele começou sua vida pirata em 1718 e terminou-a em fevereiro do ano seguinte. Algumas fontes afirmam que sua bandeira, que mostra uma caveira de frente sobreposta aos ossos cruzados foi a primeira Jolly Roger desse tipo.
Ele atuou em uma faixa estreita de terra, que ia de Nova Iorque á Carolina do Norte, e seu fim foi o mesmo de muitos outros piratas: foi pego por uma armadilha preparada pela Marinha Britânica. Embora sua pequena tripulação tenha lutado até o fim, o Capitão, juntamente com outro pirata, conseguiu escapar. Porêm, um dia depois de seu noivado, foi enforcado.


John Quelch


Um pirata ousado ou tolo. Em 1703, Quelch embarcou num navio corsário. Porém, logo após deixar as docas, ele dominou o capitão em rumou para o Atlântico Sul por conta própria. Naquele lugar, se deparou com um navio português carregado de ouro e atacou-o, porém nem se preocupou de que a guerra era da Inglaterra com a Espanha, não Portugal. Como consequência, pouco após esse fato, foi levado para Maine, enforcado e enterrado entre as docas.
Sua bandeira é também considerada a primeira Jolly Roger. Apesar do fato de, cronologicamente, a de Avery ter aparecido antes, essa é a que mostra o já citado desenho do corpo completo (e não um esqueleto) segurando uma ampulheta e um coração insanguentado e trespassado por um arpão. o desenho foi depois adotado por pelo menos outros dois piratas, o famoso Barba Negra e Batholomew Roberts.

Capitão Edward England


A bandeira de England é o modelo mais conhecido atualmente.
A bandeira deste pirata é uma das primeiras registradas que mostram uma caveira acima dos ossos cruzados. Algumas fontes afirmam que esta é única bandeira de tal tipo, porém sabe-se que muitas bandeiras piratas eram baseadas nos padrões de Worley ou mesmo no de England.
Este pirata começou seus dias no Caribe como tantos outros, mas depois de recusar um perdão nas Bahamas tornou-se o terror da África e da Ilha de Madagáscar. Dizem que tinha uma perna de pau e uma barba irregular e que foi a inspiração do personagem Long John Silver, do romance A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson. Terminou seus dias por volta de 1720.

Jack "Malhado" Rackham

O companheiro das piratas Anne Bonny e Mary Read, Jack Rackham, era um pirata que se vestia de modo extravagante, por isso parecia óbvio que ele mesmo pensasse numa bandeira diferente, e assim foi. Ele desenvolveu para seus propósitos uma bandeira que consistia em uma caveira com sabres cruzados no lugar de ossos num fundo preto. Se bem que, seu fim foi um pouco estranho, uma vez que foi capturado sem a utilização da violência, a ponto de Ann Bonny, sua amante, tê-lo considerado covarde e dito apenas "se você tivesse lutado como um homem não morreria como um cão". Hollywood ressuscitou-o em dois filmes. A Ilha da Garganta Cortada e no primeiro Piratas do Caribe.

Stede Bonnet

Dizem que Bonnet entrou para a pirataria por causa de sua esposa resmungona. Era proprietário de terra, homem de família respeitado; e por muito tempo ficou indo e vindo da pirataria ao serviço como corsário, atuando pela costa da Carolina, até que foi finalmente condenado à forca. Sua bandeira era composta com um único osso logo abaixo, na horizontal; do lado direito havia uma adaga e do esquerdo, um coração. Muitos já brigaram para chegar a um consenso sobre o significado, mas o mais aceito é que a caveira dizia que ele era um pirata e o osso é o balanço de entre a vida (o coração) e a morte (a adaga).

Barba Negra

O famoso pirata passou muito de sua carreira como corsário atuante na Jamaica, até tomar alguns atos extremos, como invadir a cidade de Charleston para obter remédios para sua tripulação. Era considerado um matador sanguinário, que exterminava membros da tripulação apenas por esporte.
Da mesma forma que muitas Jacks, a de barba negra era também um aviso: representava um esqueleto com chifres (que significaria o demônio), mirando com seu arpão um coração, enquanto segura uma ampulheta.

Ned Low

Também conhecido como Edward Lowe (embora o sobrenome também se grafe como Low e Loe), este pirata atuava em quase todo o Atlântico era conhecido por ser muito sanguinário. Tinha uma birra em particular com habitantes de região conhecida como Nova Inglaterra, além de ter prazer de torturar seus cativos, sendo raro aquele que sobrevivia uma vez atacado pelo pirata.
Sua carreira terminou por volta de 1724, mas ninguém tem muita certeza. Foi visto pela última vez na costa da África, depois de desertar outro capitão pirata e deixa-lo à mercê da Marinha Real.
Sua bandeira era constituída por um esqueleto vermelho em fundo preto.


Capitão Emanuel Wynne


Outra bandeira que é apontada como a legítima primeira Jolly Roger é a que pertenceu ao famoso pirata francês conhecido como Emanuel Wynne, o qual começou sua carreira nas Carolinas americanas por volta de 1700. Sua bandeira vermelha era vista na mesma época em que a de Quelch, com uma figura anatômica completa. é difícil imaginar homens vindos de diferentes portos com a mesma ideia ao mesmo tempo, sendo por este motivo que se considera que a caveira e os ossos cruzados datam de um período ainda anterior a este, e que a verdadeira primeira Jolly Roger se perdeu na história.
A bandeira de Wynne lembra mesmo a de Worley, apresentando a caveira sobreposta aos ossos cruzados. A diferença é o acréscimo de uma ampulheta na parte de baixo, ressaltando a ideia de que "chega de discussão e vamos à ação".


Bartholomeu Roberts


Conhecido como Black Bart, este pirata atuou entre 1722 e 1819, principalmente no Atlântico. Este é outro candidato apontado pelos acadêmicos como o criador da primeira Jolly Roger.
Era conhecido por navegar com bandeiras. A mais famosa mostra o pirata em posição ereta com cada um dos pés em cima de uma caveira. Cada caveira aparece com as identificações de ABH (A Barbados Head, ou seja, Uma Cabeça de Barbados) e AMH (A Martinique's Head, ou seja, Uma Cabeça de Martinica). O significado era simples : Roberts odiava os governadores dessas ilhas e este era uma aviso para qualquer oriundo desses locais.
Outra versão da bandeira do pirata mostrava o próprio compartilhando um copo com a figura clássica da morte, aqui um esqueleto com uma foice.
Roberts era conhecido como alguém que odiava jogo e fumo, mas tinha tempo para dar sermões à sua tripulação aos domingos. Muitos acreditavam que el era o pirata mais bem-sucedido durante a Idade de Ouro da pirataria. Foi capturado e morto na costa da África. Sua tripulação homenageou-o cumprindo seu último desejo: jogaram seu corpo ao mar para que não fosse "feito prisioneiro vivo ou morto".


Capitão Thomas Tew


O modelo em questão data do final do século XVII. O capitão Tew merece destaque por usar uma bandeira que não mostrava uma caveira ou mesmo um osso, apenas um braço que segura um cutelo ou cimitarra.
Tew obteve sucesso na pirataria e atuou em quase todo o Atlântico, Mediterrâneo e mesmo no Mar Vermelho. Muitos relatos sobre suas atividades falam que ele se uniu aos seus irmãos na Ilha de Rodes para ter sucesso. Seu fim aconteceu por volta de 1695, durante uma batalha marítima: pelos relatos, seu abdome foi rasgado e seus intestinos espalhados pelo convés do navio. Enquanto ele se debatia em agonia, sua tripulação ficou tão aterrorizada que desistiram da resistência e se entregaram sem disparar um único tiro.
Por que bandeiras?
Ainda que o objectivo original da bandeira pirata seja desconhecido, pensa-se que pode ter sido para provocar o medo às vítimas e motivar a uma rendição rápida. O simples vislumbramento da bandeira branca e preta provocava horror nas vítimas; contudo, a bandeira preta não era tão temida quanto a vermelha, pois esta bandeira queria dizer que não iria existir misericórdia durante a batalha.


Lendas de Piratas

Mancha Negra
Servia para fazer ultimatos e podia ser entregue a qualquer pirata.
No filme Piratas do Caribe(Dead Man's Chest)é feita uma alusão à Marca Negra.
No livro A ilha do tesouro de Robert Louis Stevenson esta é passada duas vezes. Primeiro ao velho Billy Bones avisando que o prazo acabaria dentro de pouco tempo, depois ao Capitão Long John Silver afirmando-lhe que este seria deposto.
No entanto o formato da marca é diferente. Enquanto que nos Piratas do Caribe se trata de uma espécie de ferida que cobre a palma da mão, em A Ilha do Tesouro é uma espécie de ameaça recebida.

Kraken
O kraken é uma criatura mitológica marinha que aterrorizava os marinheiros da Idade Média. O kraken possui a forma parecida com a de uma lula-gigante e de feições monstruosas. É retratado no filme Pirates of the Caribbean: Dead Man's Chest como um monstro destruidor de navios, comandado por Davy Jones, capitão do Holandês Voador. Uma alusão em forma de caricatura ao kraken é feita no jogo Sly 3:Honor Among Thieves com o monstro marinho "The Crusher", que assolava os piratas. Existe também uma aparição de um kraken no jogo Tomb Raider: Underworld, em que Lara tem de matá-lo.

Lenda do Pirata Zulmiro
A lenda do Pirata Zulmiro é a estória de um cidadão britânico[1] que viveu em Curitiba em meados do século XIX e que teria escondido um baú carregado de jóias e ouro em um túnel descoberto num velho cemitério no bairro das Mercês[2].
Lendas à parte, este baú já foi procurado por inúmeros paranaenses e forasteiros, tornando-se, assim, uma verdadeira lenda urbana da cultura curitibana[3].


Flibustaria

Sob a ameaça permanente dos espanhóis em Hispaniola, os bucaneiros transferiram-se para Tortuga, que oferecia um abrigo natural para barcos de grande porte, facilitando o contrabando dos bucaneiros com piratas e contrabandistas. A sua convivência com os fora-da-lei que frequentavam Tortuga, envolveu-os em actos violentos e actos de pirataria. Assim, a original sociedade bucaneira misturou-se com os piratas, formando uma nova sociedade de foragidos, os flibusteiros, cuja época marcou a idade de ouro da pirataria nas Antilhas, a época da flibustaria. Os flibusteiros auto-denominavam-se de “Irmãos da Costa”.
Não existem certezas quanto à raiz da palavra, mas pensa-se que derive do inglês fly boat ou do neerlandes vlieboot, em ambas o significado é barco ligeiro. Também pensa-se poder derivar dos termos freebooter (inglês) ou vrij vuiter (neerlandês) que significa foragido ou pirata em ambas. O termo foi utilizado pela primeira vez pelo Padre Du Tertre, em 1667, na sua obra Histoire Générale des Antilles (…) (História Geral das Antilhas).


Bucaneiro

A raiz da palavra bucaneiro está no francês boucanier. O boucan é um grelhador usado para fazer carne fumada. Este é uma forma de preservar carne dos índios nativos das Caraíbas Arawak, que ensinaram a técnica aos colonizadores ilegais em Hispaniola (actual ilha do Haiti e República Dominicana. Estes colonos intrusos caçaram o gado e porcos selvagens e usaram o boucan para preservar a carne para depois comer ou vender aos navios que passavam. Os caçadores que viviam do boucan, ficaram conhecidos por bucaneiros.
Este termo inglês refere-se aos piratas originários dos portos das Caraíbas, que inicialmente atacavam os navios e cidades espanholas nas Caraíbas e na América Central.
Expulsos e perseguidos do território espanhol, os caçadores juntaram-se a grupos de escravos e cortadores de lenha do México que tinham fugido, desertores, antigos soldados e outros que tinham sido atacados por navios espanhóis, por isso, este tipo de pirata tinha grande ódio aos espanhóis e semearam a vingança nos navios destes.
Em meados do século XVII, a palavra bucaneiro aplicou-se à maioria dos piratas e corsos que eram originários de bases das Índias Ocidentais.
Os bucaneiros eram piratas que, durante os séculos XVI e XVII, pilhavam principalmente o comércio espanhol com as suas colónias americanas. Os primeiros quartéis militares bucaneiros foram na ilha de Tortuga, sete quilómetros a noroeste da de Hispaniola. Mais tarde os bucaneiros usaram a Jamaica para base das duas operações, e capturaram o Panamá em 1671. O termo bucaneiro também se aplica às embarcações utilizadas pelos piratas e corsários da região e da época. Eram em geral embarcações de pequeno porte, assimiladas em porte aos destroyers (menor que as torpedeiras, fragatas e encouraçados), possuindo esse nome por serem um derivativo de "navio bucaneiro"; em função disso, é muito comum encontrar em textos, canções e folclore produzidos nos séculos XVI, XVII e XVIII o termo bucaneiro referindo-se ao navio e não ao pirata.
A importância histórica dos bucaneiros permanece principalmente da influência da inútil colónia escocesa Darién, no istmo do Panamá (1698). Os bucaneiros foram bastante inspirados pelos marinheiros do século XVI, tais como Francis Drake, mas eles eram distinguidos dos corsos por defenderem os seus fortes. Eles também se distinguiam dos piratas fora-da-lei do século XVIII, contudo, por vezes muitos dos ataques bucaneiros eram considerados piráticos. Os primeiros bucaneiros registados, foram o francês L’Olonnais ou o holandês que viveu no Brasil Roc Brasileiro, entre outros.
Com o aparecimento de Henry Morgan eles começaram por organizar poderosos grupos que conquistaram Porto Bello em 1668 e o Panamá em 1671. Como o tratado de Madrid (1670) tinha sido celebrado recentemente (1670) para marcar as divisões territoriais entre a Inglaterra e Espanha, a conquista do Panamá não foi obviamente bem aceite pelas nações. Morgan foi preso e levado para Inglaterra, mas como surgiram novos problemas com a Espanha, eles foi tornado cavaleiro e enviado como governador da Jamaica. Ele e os outros governadores, tentaram acabar com a prática bucaneira, uma tarefa impossível sem vigilância marítima adequada. A última grande iniciativa bucaneira foi um ataque fracassado ao Panamá em 1685 com um exército de três mil homens comandados por Edward Davis, John Eaton, Charles Swan entre outros. Com a revolta da Guerra da Grande Aliança em 1689, estes piratas autónomos tornaram-se corsos legais ao serviço das respectivas nações, chegando assim ao fim da prática bucaneira.
Poucos piratas continuaram a pilhar na época de Isabel I de Inglaterra, quando a guerra entre Espanha e Inglaterra pelo domínio do mundo terminou. Um dos mais conhecidos piratas foi Sir Francis Drake, que fez a primeira viagem de circum-navegação para a Inglaterra, durante os quais saqueou a frota espanhola, conquistou a Califórnia espanhola ainda que a Inglaterra não estivesse oficialmente em guerra com Espanha. Quando Drake e John Hawkins quase foram capturados durante a batalha de San Juan e Ulúa em Setembro os ingleses perderam por traição, mas os espanhóis dissolveram a acção como sendo através de negociações das tácticas britânicas com os piratas.
Durante os séculos XVII e XVIII a pirataria atingiu o seu ponto máximo e muitos piratas actuaram na altura.
Rapidamente a palavra bucaneiro se tornou comum, e no século XVII foi usado para denominar os piratas e corsos que tinham formado fortalezas nas Índias Ocidentais.


Tortuga

Tortuga (palavra da língua espanhola para tartaruga) ou Isla Tortuga é uma ilha no mar do Caribe, onde os piratas tinham inúmeros esconderijos e vendiam os tesouros apresados, gastavam a sua parte no álcool e lutavam, entre outras actividades características desse estilo de vida. Entre os esconderijos/paraísos piratas contam-se a ilha de Tortuga, Port Royal (Jamaica) e Madagáscar.
A ilha de Tortuga era uma ilha repleta de pilhagens e mergulhada em sangue, onde a violência era constante. Esta ilha tinha regras para as rixas, pirataria e pilhagens.


História na Pirataria

Tortuga foi descoberta pelos europeus em 1494, durante a segunda viagem de Cristóvão Colombo para o Novo Mundo.
Tortuga foi originalmente colonizada pelos espanhóis. Em 1625 colonizadores franceses e ingleses chegaram à ilha de Tortuga após inicialmente terem planejado tomar a ilha de Hispaníola. Os franceses e ingleses foram atacados em 1629 pela Espanha comandada por Don Fradique de Toledo. Os espanhóis foram vitoriosos e fortificaram a ilha, expulsando os estrangeiros. Quando as forças espanholas deixaram Hispaníola para desenraizar os colonos franceses de Tortuga, os franceses retornaram para tomar o forte e expandi-lo nas fortificações espanholas. Em 1630, os franceses construíram o Forte de Rocher em um porto natural. De 1630 em diante, a ilha de Tortuga era dividida entre colônias francesas e inglesas, permitindo que bucaneiros, mais conhecidos como piratas, usassem a ilha mais frequentemente como sua base de operações. Em 1633, os primeiros escravos foram trazidos da África para ajudar nas plantações. Os novos escravos começaram a hesitar, e em 1635, o uso de escravos acabou. Os escravos, então, saíram do controle, e ao mesmo tempos as colônias francesas e inglesas começaram a discutir e brigar. No mesmo ano, os espanhóis retornaram e rapidamente conquistaram as partes francesa e inglesa da ilha, para logo depois abandoná-la, devido à tamanha importância dada a uma ilha tão pequena. Esse abandono de Tortuga permitiu o retorno dos piratas ingleses e franceses. Em 1638, os espanhóis voltaram novamente para tomar a ilha dos franceses e dos mais novos colonos, os holandeses. Eles ocuparam a ilha, mas logo foram expulsos pelos colonizadores franceses e holandeses.
Por volta de 1640, os bucaneiros de Tortuga se autonomearam a Fraternidade da Costa (Brethren of the Coast). A população pirata era composta principalmente por franceses e ingleses, com uma pequena parcela holandesa. Em 1645, numa tentativa de trazer harmonia e controle, o governador francês trouxe aproximadamente 1.650 prostitutas, esperando regularizar a vida dos piratas. No ano de 1670, quando os bucaneiros estavam em declínio, muitos piratas, procurando uma nova fonte de rendas, passaram a cortar e trocar madeira da ilha. Nesse momento, entretanto, um pirata inglês chamado Henry Morgan começou a se autopromover e convidar os piratas da ilha de Tortuga para navegar sob suas ordens. Eles eram contratados pela França como uma milícia, o que permitia à França ter uma influência maior na região do Caribe. Consequentemente, os piratas nunca foram realmente controlados e Tortuga se manteve como uma zona neutra para eles. Em 1680, novas ações do Parlamento inglês proibiram a navegação sob bandeira estrangeira (em oposição à prática formal). Isto foi um enorme golpe legal para os piratas caribenhos. Acordos finalmente foram feitos pelo Tratado de Ratisbon, de 1684, assinado pelos poderes europeus, pondo um fim na pirataria. A maioria dos piratas, depois dessa época, foi contratada para prestar serviços á Coroa com o intuito de combater e suprimir seus antigos aliados. Poucos anos depois, a era dos piratas chegava ao fim.


Características Geográficas

Tortuga situa-se na América Central no Norte de Hispaníola, com três ligações para a costa. É uma ilha pequena; é uma ilha com quarenta quilómetros de comprimento e uma largura máxima de sete e tem o nome de Tortuga (tartaruga) porque tem a forma de uma (quando vista de Hispaníola parece uma tartaruga monstruosa a flutuar).
Ainda que seja muito rochosa, está repleta que grandes árvores que crescem onde não se consegue ver solo, tendo as suas raízes em cima das rochas. O lado norte da ilha é desabitado e quase inabitável, pois não tem nem praias nem porto, com a excepção de algumas fendas entre as falésias. Mesmo na vertente sul, só é habitável graças a um porto de abrigo onde os navios se podem refugiar. A zona habitada divide-se me quatro partes: o low country (que tem um porto chamado Cayonne); três quilómetros mais adiante uma aldeia (Basse-Terre); A plantação média (onde se cultivava tabaco – La Ringot); e a Montanha.
Além do tabaco a ilha tem vários tipos de madeira (muito procurada para fazer casas e barcos), aloés e outras plantas medicinais, arbustos frutíferos, javalis selvagens, grandes bandos de pássaros e caranguejos marinhos e terrestres comestíveis na costa. Com todas estas características, Tortuga era um dos melhores sítios para os piratas viverem, e em caso de ataque inimigo, os habitantes poder-se-iam esconder na floresta e lá viver da caça.

Coordenadas Geográficas: 20° 2′ 23" N, 72° 47′ 24" W



Pirataria no Mundo

Norte de África – Piratas e Corsários Berberes e Corsários de Malta
Os corsários do Norte de África estavam divididos em duas classes, em Argel e Tunis, e eram equipados pelos mais ricos, que recebiam 10% do valor arrecadado. Os piratas usavam galeras até ao século XVII, quando Simon Danser, um flamengo exilado, lhes deu a vantagem de navegar em barcos à vela. Esta pirataria ganhou importância política no século XVI, sendo a época de ouro da pirataria berbere desde o século XVII ao XIX.
O líder mais importante do norte de África foi Barbarossa (ou Barba Ruiva), que uniu a Argélia e a Tunísia militarmente, sob o poder do sultanato otomano com o seu arrendamento da pirataria. Com a chegada de dos poderosos clãs mouros de Rabat e Tétuão, em 1609, Marrocos tornou-se um novo centro para os piratas e para os sultões Alawi, que rapidamente se apoderaram das duas repúblicas e encorajaram a pirataria como um rendimento rentável. No século XVII, os piratas argélinos e tunísios uniram forças, e em 1650 mais de 30 000 dos seus cativos foram aprisionados sozinhos em Alger.
Os actos piratas foram a causa de várias guerras entre Tripolitânia e os Estados Unidos no século XIX. Os britânicos fizeram duas tentativas para acabar com a ameaça dos piratas argelinos depois de 1815, e os franceses acabaram esta guerra em 1830.
Depois da revolução americana (1775-1783), os EUA aceitaram pagar pela imunidade aos atacantes, mas mais tarde atacaram os estados dos piratas do Norte de África e ajudaram a acabar com a pirataria. Durante o resto do século XIX e do princípio do século XX, os estados europeus ganharam poder no Norte de África.
Oriente
Menos conhecida mas também muito activa foram os piratas do Extremo Oriente. Pinyin Zehng Zhilongfoi um pirata chinês que assumiu o poder durante a transição entre as dinastias Ming e Ch’ing, no século XVII. Como um rapaz normal, Cheng encontrou emprego na colónia portuguesa Macau, onde foi baptizado e recebeu um nome cristão de Nicolau Gaspar. Depois de deixar Macau, ele entrou num grupo de piratas que atacava as rotas comerciais chinesas e holandesas. Em 1628 ele foi induzido pelo governo para ajudar a defender a costa dos holandeses e piratas, e assim rapidamente adquiriu riqueza e poder.
Muitos outros piratas surgiram no oriente. Assim, no fim do século XVII, com o crescimento da economia japonesa durante o reinado shogun de Tokugawa (1603-1867) e a dinastia chinesa Ch’ing, a maior parte da pirataria desapareceu. Com o aumento do tamanho dos navios a vapor, inovações tecnológicas das comunicações, patrulha naval das principais rotas marítimas, uma administração regular da maioria das ilhas e áreas continentais costeiras em todo o mundo e a concordância internacional para com a eliminação da pirataria, esta entrou em declínio nos séculos XIX e XX.


Corsário

Um corso ou corsário era um pirata que, por missão ou carta de marca de um governo, era autorizado a pilhar navios de outra nação, aproveitando o facto de as transacções comerciais basearem-se, na época, na transferência material das riquezas. Os corsos eram usados como um meio fácil e barato para enfraquecer o inimigo por perturbar as suas rotas marítimas. Com os corsos, os países podiam enfraquecer os seus inimigos sem suportar os custos relacionados com a manutenção e construção naval. Teoricamente, um não corso com uma carta de marca poderia ser considerado como pirata, desde que fosse reconhecido pela lei internacional. Sempre que um navio corso fosse capturado, este tinha de ser levado a um Tribunal Almirantado onde tentava assegurar de que era um verdadeiro corso. Contudo, era comum os corsos serem apresados e executados como piratas pelas nações inimigas. Grande parte das vezes os piratas, quando apanhados pela suposta vítima, tentavam usar uma carta de corso ilegal. Por vezes, no seu país de origem, os corsos eram considerados autênticos heróis, tal como Sir Francis Drake, que, graças aos fabulosos tesouros que arrecadou para a Inglaterra, foi tornado Cavaleiro por Isabel I.
Já durante as cruzadas, os corsários sarracenos eram chamados pelos cruzados de "corsários berberes". Estes corsários estavam autorizados pelos seu governos a pilhar as rotas marítimas dos países cristãos. Inicialmente os corsários malteses lutavam pela religião, mas algum tempo depois as crescentes recompensas da pirataria atraíram mais ajuda. Rapidamente os corsários malteses se tornaram piratas experientes, sem interesse nos ideais religiosos.


França

Explica Denisart, citado por A. Morel, p. 24, em «La guerra de course à Saint-Malo», em «Mémoires de la société d´histoire et d´archéologie de Bretagne», Rennes, 1957: «On appelle course en mer l´armement d´un vaisseau fait par des particuliers, d´après une permission du roi, pour courir en temps de guerra sur les ennemis de l´état, dans la vue d´interrompre leur commerce et leur navigation» - ou seja, «chama-se corso no mar ao armamento de um navio feito por particulares, por licença do rei, para combater os inimigos do estado visando a interromper seu comércio e sua navegação». Um fenômeno difundido no século XVIII, mas limitado ao exercício afinal de uma atividade em circunstâncias bastante definidas - portanto, é importante fazer a distinção entre corsário e pirata. Os piratas, segundo o autor, agiam ilegalmente em tempo de guerra ou de paz, sem qualquer regra, sem pertencer a reis ou a qualquer governo. Ao contrário, os corsário agiam de acordo com seu soberano, exclusivamente em período de conflito. Seus navios eram armados por particulares, mas com autorização do governo que lhe concedia «lettres de marque» ou «cartas de marca». Em 1681 Colbert, o famoso ministro de Luís XIV, promulgou medidas para regular a atividade, reforçada após a derrota em 1692 de La Hougue, que muito enfraqueceu a marinha real francesa.

Fim do corso

"O fortalecimento do Estado moderno, autoritário, centralizador, tornou obsoleta a prática do corso." Com estas novas características dos estados, o ataque ao comércio do inimigo foi perdendo proporções, acabando assim com o corso. Os novos navios a vapor, que exigiam grandes custos de produção e manutenção, fizeram com que a guerra marítima privada tivesse o seu fim. Após a guerra da Crimeia, foi celebrado o Tratado de Paris de 1856, em que as grandes potências ali reunidas concordaram em acabar definitivamente com a prática do corso, e assim, como muitas vezes era o corso que levava à pirataria, esta também teve tendência a diminuir. Os piratas não desapareceram por completo, mas é certo que, com o desenvolvimento das comunicações e sistemas de vigilância, esta actividade ficou bastante enfraquecida.


Lista de corsários

• Anne Bonny (pirata)
• Grace O'Malley (pirata)
• Edward Teach – o "Barba Negra" (pirata)
• Sir Francis Drake (corsário)
• Henry Morgan (corsário e bucaneiro)
• John Rackham (pirata)
• L'Olonnais (bucaneiro)
• Martin Tromp (corsário)
• Mary Read (pirata)
• Roc Brasileiro (bucaneiro)
• James Lancaster (corsários)
• Timoja (corsário e pirata)
• Marcos Gallotti Guimarães (corsário e pirata)


Vestuário e informações

Vestuário dos piratas
Todos os piratas tinham a sua própria maneira de se vestirem, embora todos usassem o "estilo base" do vestuário pirata, especialmente os capitães.
Estilo base do vestuário pirata
Chapéu, casaco, calções ou calças, sapatos de fivelas e uma faixa para guardar armas. Mas, o vestuário também mudava conforme o sexo dos piratas.
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Sexo Masculino
1. Chapéu: Tricórnio, de feltro com uma pluma;
2. Casaco: Veludo fino debruado, normalmente roubado a mercadores;
3. Calções/Calças: Fortes até aos joelhos, com ligas coloridas;
4. Sapatos: Fivelas;
5. Faixa: Colorida, com franjas para guardar facas para atirar;
6. Outros:
1. Bandoleira: Várias pistolas e coldres;
2. Meias: Quentes, lã com ligas;
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Sexo Feminino

1. Chapéu: Gasto, de mulher;
2. Casaco: Marinheiro, feito em lã, forte;
3. Calções/Calças: Em tela dura, de homem;
4. Sapatos: Fivelas;
5. Faixa: Suspensa ao ombro, para guardar o alfange;
6. Outros:
1. Meias: Quentes, curtas;



Tesouros

Não há muitas informações precisas sobre os reais paradeiros dos tesouros piratas. O fato é que os bens pilhados eram gastos rapidamente pelos imediatos e inferiores quando chegavam á superficie, devido ao fato de se alimentarem mal no navio, e terem necessidades sexuais, família fora dos navios, etc, gastavam tudo o que haviam recebido do capitão. O único que realmente concentrava alguma riqueza que não seria facilmente gasta, era o Capitão do Navio. Não era negócio para o Capitão guardar suas riquezas no navio, pois se destituído, ou abandonado numa ilha deserta, seu tesouro ficaria com outro que não era merecedor. Logo, os piratas elegiam uma ilha deserta por onde costumavam navegar, e escondiam baus de tesouros que, no futuro lhes seriam uteis. Era comum que os piratas criassem mapas, para o caso de morte, ou esquecimento do local onde haviam escondido o tesouro. Os mapas eram muito bem escondidos no casco do navio, e aquele que fosse pego procurando o mesmo, seria acusado de alta traição e condenado a pena de morte. Depois que o capitão morria, começava a caçada. Aquele que achasse, deveria ficar em silêncio, e depois de alcançado o tesouro, se tornaria o capitão do navio. Caso contrário, poderia ser assassinado por outros piratas que também buscavam por riqueza. Várias lendas vem sendo contadas sobre tesouros piratas. O pirata mais famoso de todos, Barba negra, ou Edward Teach, escondeu seu tesouro muito bem, nas ilhas caribenhas. A prova, é que 300 anos depois ele ainda não foi achado. Se existe um mapa, o mesmo afundou com o navio, depois que Edward foi morto. A fama de Edward era de carrasco psicopata, era possível que houvesse mais de um mapa no navio, somente um com a indicação correta, e os outros armadilhas. Ninguém duvidava da crueldade do capitão. Outros famosos capitães também esconderam tesouros, mas sua sorte nem sempre foi a mesma, ja que muitos eram abandonados em ilhas desertas, e, quando descobertos, entregues a forca. Há, muitas pilhagens enterradas nestas ilhas caribenhas datadas do século retrasado, mas, quem se arriscaria a buscar?


Vida Difícil

Os piratas tinham uma vida muito difícil. Doenças, castigos e penas de morte são apenas alguns dos avisos para não se tomar uma vida pirata. Mas para não viver na miséria e sofrimento, o risco valia a pena.
A ratazanha castanha (Rattus norvegicus) trazia doenças para bordo do navio (a pior: a Peste Negra). Para além de trazer a morte através de doenças, roía alimentos e também podia roer o casco do navio, afundando-os.

Tripulação


Cada tripulação pirata, tinha vários elementos importantes. Desde o Capitão até ao Criado-de-Bordo, todos eram importantes para a boa manutenção e o bom funcionamento do barco, quer em bom tempo ou em tempestades, quer em tempo calmo ou de batalha.

Capitão: O Capitão da tripulação era escolhido democraticamente e escolhiam entre si, quem iria chefiar. Os mais bem sucedidos eram os que cujas capacidades em combate e em liderança fossem boas.

Imediato: Ele repartia tudo, desde as refeições aos castigos. O Imediato está também encarregado de destribuir o saque efectuado nos outros barcos.

Mestre do Navio: Os navios tinham vários Mestres. Os Mestre do Navio eram oficiais inferiores que tinham várias tarefas, entre as quais, vigiar as velas e o cordame e deixar o convés limpo.

Carpinteiro: O Carpinteiro substituia peças de madeira do navio danificadas, tapava buracos e emendava as velas rasgadas.

Homem de Armas: Os Homens de Armas tinham de ter boa pontaria e de saber mexer em canhões, para poderem disparar vários canhões. Para conseguir esta perícia, eram precisos vários anos e os melhores Homens de Armas eram muito procurados.

Cirugião: O cirugião utilizava uma grande variedade de facas para extrair balas, amputar membros e tratar feridas de fogo de canhão ou de lutas de alfange. Poucos navios tinham um cirugião a bordo.

Rapaz da Pólvora: Esta era uma posição de baixo nível, para rapazes novos que eram membros recém-chegados da tripulação pirata.O trabalho deles era limpar e carregar armas. Podiam ser promovidos a Imediatos de Homens de Armas ou até mesmo a Homens de Armas, SE SOBREVIVESSEM!

Criado-de-Bordo: Os membros recém-chegados, podiam-se tornar também Criados-de-Bordo. Trabalhavam como criados, encarregados de limpar o camarote do capitão, ajudar o cozinheiro e fazer outras tarefas de pouca importância.



Lista de Mantimentos

Uma pequena lista de mantimentos de 1708:
• 4 Barris de Bife
• 4 Salmas de Carne de Porco
• 82 Firkins de Manteiga
• 8 Barricas de Cerveja
• 3 Caixas de Sabão
• 14 Caixas de Velas
• 12 Barris de Farinha de Aveia
• 3 Salmas de Vinagre
• 6 Pedaços de Tela
• 4 Barris de Sebo
• 6 Cabeças de Veado
• 3 Peles Completas de Couro


Conversões
• Uma Salma = Capacidade de um Barril que Contivessem entre 63 e 140 Galões Imperiais (entre 280 e 622 litros).
• Um Firkin = 9 Galões (cerca de 40 litros), pesava 56 libras (cerca de 25 quilos).


Dicionário de expressões utilizadas pelos piratas
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

Ahoy: "Olá"; saudação

Avast (palavra de origem holandesa):"Chega"

Barker: Pistola

Barrack Stanchion:Marinheiro de água doce; marinheiro em terra

Belay:"Pára"; "cala-te"

Bilge: Lábia; conversa de treta

Booty: Saque; produto pilhado

Brethren of the Coast: Confraria dos irmãos da Costa; nome que os piratas do séc. XVII usavam para se descreverem a si próprios

Buccaneer: Bucaneiro; um dos nomes para se designar os piratas das Caraíbas

Cackle Fruit: Fruta de partir; ovos de galinha

Cat o'nine tails (ou apenas "cat"): Gato de nove rabos; chicote com muitos flagelos

Caulker: Copo cheio para competir

Corsair: Corsário; outro nome para pirata

Damn yer eyes: "Cego sejas tu"; praga rogada muitas vezes pelos piratas

Dance the hempen jig: "Dançar a giga do cânhamo"; referido ao enforcamento

Davy Jones' locker: "Cacifo de Davy Jones"; fundo do mar; lugar no fundo do mar reservado aos piratas após a morte

Deadlights: "Luzes mortais"; olhos

Dead Men
Homens mortos; garrafas vazias, de onde voou o espírito; a bebida espirituosa
Dead man's chest
Cofre do homem morto; caixão
Drivelswigger
Bibliómano; indivíduo que lê muitas aventuras náuticas
Feed the Fish
Alimentar os peixes; ser atirado ao mar (vivo ou morto)
Freebooter (palavra de origem holandesa)
Flibusteiro; pessoa livre (free) e que pilha (booter); outro nome dado aos piratas
Grog (palavra derivada da alcunha do almirante britânico que gostava muito de beber)
Tipo de álcool, como o rum

Gully: Faca de mato; punhal

Handsomely: "Rápido"; "Despacha isso"

Jack Ketch: O indivíduo condenado à morte por enforcamento

Jig:Giga; dança antiga e animada

Jolly Roger: Definição de uma bandeira pirata(com o fundo preto, duas tíbias cruzadas e um crânio)

Kiss the gunner's daughter: "Beijar a filha do homem das armas"; curvar-se em cima de um dos canhões do navio e ser chicoteado

Lights: Pulmões

Oggin: O Mar

On the account: "Sempre a facturar"; designação usada para referir a vida pirata

Poxy (ou "poxed"): Sifilítico; defunto

Rope's end: Outro termo de flagelação

Sea dog:"Cão do mar"; lobo do mar; marinheiro experiente

Sea rat: "Ratazana do mar"; nome para designar um pirata

Sea rover: "Vagabundo do mar"; nome para designar um pirata

Shiver me timbers: "Faz-se o navio em pedaços"; interjeição de surpresa; rebentamento súbito no casco do navio

Splice the Mainbrace: Tomar uma bebida alcoólica

Swab:Designação para o marinheiro que limpa o convés

Swallow the anchor: Lançar âncora; deixar a vida do mar

Sweet Trade: "Negócio fácil"; nome que designa a pirataria

Walk the plank: Pequena caminhada para o "túmulo do mar"

Yo-ho-yo-ho: Interjeição muito conhecida; expressão equivalente ao "Ho-Ho-Ho" do Pai Natal (Papai Noel).