sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Discurso “On the Mindless Menace of Violence“, de Robert F. Kennedy (em 05/04/1968)





O trecho final do discurso:

“(…) Quando você ensina um homem a odeia e temer seu irmão, quando você ensina que ele é um homem menor por causa da sua cor ou de suas crenças ou as políticas que ele busca, quando você ensina que quem é diferente de você ameaça sua liberdade e seu emprego e sua família, então você também aprende a combater os outros não como companheiros cidadãos mas como inimigos, a serem reunidos não em cooperação mas em conquista; a serem subjugados e vencidos.

Nós aprendemos, no fim, a olhar nossos irmãos como estranhos, homens com quem nós dividimos uma cidade, mas não como uma comunidade; homens conectados a nós pela luta, mas não pelo esforço comum. Nós aprendemos a dividir apenas um medo comum, apenas um desejo comum de nos isolarmos uns dos outros, apenas um impulso comum de encarar a discordância com a força. Para todas essas coisas, não há respostas finais.

Ainda assim, sabemos o que devemos fazer. É alcançar justiça verdadeira entre nossos colegas cidadãos. A questão não é quais programas deveríamos procurar para agir. A questão é se podemos encontrar em nosso meio e em nossos corações a liderança de propósito humano que vai reconhecer as terríveis verdades de nossa existência.

Devemos admitir a vaidade de nossas falsas distinções entre homens e aprender a encontrar nosso próprio progresso na procura do progresso dos outros. Devemos admitir a nós mesmos que o futuro de nossas crianças não pode ser construído com a infelicidade dos outros. Devemos reconhecer que essa curta vida não pode nos enriquecer ou enobrecer pelo ódio ou vingança.

Nossas vidas nesse planeta são curtas demais e o trabalho a ser feito é grande demais para deixar esse espírito continuar por mais tempo em nossa terra. Claro que não podemos vencê-lo com um programa, nem com uma resolução.

Mas nós podemos talvez lembrar, mesmo que por um tempo, que aqueles que vivem conosco são nossos irmãos, que eles dividem conosco o mesmo momento na vida; que eles buscam, como nós buscamos, nada mais que uma chance de viver susas vidas com significado e na felicidade, vencendo com a satisfação e a realização que eles podem.

É certo que esse compromisso de fé, esse compromisso de objetivo comum pode nos ensinar algo. É certo que podemos aprender, ao menos, a olhar àqueles ao nosso redor como semelhantes, e certo que podemos começar a trabalhar um pouco mais forte para curar as feridas entre nós e nos tornar em nossos corações irmãos e conterrâneos novamente.”

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